Em jornal de domingo, a manchete em
página interna "Presidenciáveis em 2018 perdem terreno na oposição"
pode não fazer a esse estranho quarteto a justiça que porventura mereça, mas
entre generalizações e - quem sabe - injustiças - comparece com aquele sabor,
por vezes amargo, mas que traz consigo a incômoda verdade.
Reporto-me a Fernando
Haddad (PT), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). Apesar de terem conseguido quase cinquenta milhões
de votos, nenhum deles até o momento desponta com candidato crível para o pós-Bolsonaro.
Fernando Haddad e Ciro Gomes tem o
respectivo avanço para o futuro
atrapalhado seja por fatores estranhos, seja por criações próprias.
essas últimas que saem das avaliações negativas de que é pródigo o prócer do
PDT.
No PSDB, a pálida atuação de
Geraldo Alckmin nada pôde fazer quanto ao na aparência inarrestável
progressão do governador de S. Paulo, João
Dória, que com a habitual sem-cerimonia assume a liderança nacional
tucana.
Marina Silva, que teve a sua hora
com o terceiro lugar em 2014, então obstada por candidata de muito sua
inferior, mas com grande protetor, ela que pensava ter o futuro na sua sala de
espera, agora se vê sufocada pela cláusula de barreira. Nesse sentido, a Rede
estuda uma fusão com o PV, mas guarda ciosa o brilho enganoso de uma hora que
parece ter passado.
Ciro se tem como o guardião do
próprio excelso valor, a tal ponto que em cáusticas referências a quase todos
os demais, pareça metodicamente aplicado em reduzir todo e qualquer apoio que
não lhe reconheça o próprio e imenso fulgor.
Nessa árida seara que formiga
com ditos supostamente inteligentes, ele sequer se dá conta da longa vida dos
doestos e de suas parentas próximas, que ele vai distribuindo com a facilidade
de quem pensa luzir à custa de alfinetadas - que mais dóem quanto mais
certeiras - sequer tendo presente de que o ofendido de hoje - como Luciano
Huck, cujo programa pode luzir com o brilho da esperança para quem precisa - pode um dia desses,
surgir-lhe - quem sabe? - no caminho e soprar-lhe que o êxito do programa está
em tornar a auto-ajuda uma solução
possível, que não só corta a burocracia que sufoca a gente, mas também sopra no
ouvido dos pobres - e daqueles que vivem nas suas vizinhanças, aquela luz de
quem acredita que a redenção não tem limites de tamanho, e pode esperar a cada
um com o abraço de Dona Esperança, que a corrosiva inteligência de Ciro Gomes
ainda não tem feito luzir em próprio benefício.
( Fonte: O Globo )
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