sábado, 12 de outubro de 2019

O Escândalo do Desmate


                                   
        Entre primeiro de janeiro e trinta de setembro, o volume acumulado do desmatamento na Amazônia chega 7,853 km2, o que 93% maior de o que foi verificado nos primeiros nove meses do ano passado,  93% maior do que foi verificado  nos primeiros nove meses de 2018, quando a devastação da floresta atingiu a 4.075 km2.
             Só no mês passado, de 1º a trinta de setembro, os índices de desmatamento na Região Amazônica cresceram 96% em relação a setembro de 2018. Foram 1447 km2 de abatimento de árvores, ante 739,46 km2. Nesse contexto, o estado do Pará continua a "liderar" a derrubada das florestas, com 497 km2 em setembro.
               Esses melancólicos dados são do chamado Deter (Sistema de Detecção do desmatamento da Amazônia legal em Tempo Real )  que é a chamada ferramenta do INPE, que serve para orientar ações de fiscalização  contra o desmatamento.
                  Supostamente para evitar distorções - embora não se vejam ações das autoridades para efetivamente coibir essa prática criminosa,  os números citados consideram apenas as três categorias de corte de vegetação que o próprio governo identifique como "desmatamento efetivo"; desmate com solo exposto, desmata-mento com vegetação e mineração. As informações do Deter usam alertas de desmate, dados que são consolidados anualmente pelo governo, por meio do sistema Prodes.
                    Em setembro, conforme a imprensa noticiou, no primeiro mês de ação das Forças Armadas na Amazônia, a quantidade de incêndios diminuiu, mas houve redução do número de bens apreendidos, como toras de madeira e motosserras, e também de autos de infração.
                       Indagado sobre os novos dados do Inpe, o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles disse ontem ao Estado se tratar de" um problema real". "Está claro que temos um problema real e que isso precisa ser resolvido" Alem do percentual, "o que precisamos fazer é avançar nas políticas de combate ao desmate ilegal. Isso passa pela questão de fiscalização e monitoramento."

                        O monitoramento do desmate motivou uma crise após o presidente Jair Bolsonaro chamar de "mentirosos" os dados divulgados pelo Inpe. Esse "questionamento" acabou conduzindo à exoneração de Ricardo Galvão, em agosto,  A notar-se que desde o início do ano, o novel Ministro Salles tem dito que pretende usar um sistema privado.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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