Para que se entenda a
importância do meio ambiente convém ter-se presente a lição do prof. E.Viola, da UnB: "o ponto chave
para avaliar o desempenho de qualquer país no regime ambiental global é a
dinâmica das emissões de carbono, derivadas da queima de combustíveis fósseis,
do desmatamento, da digestão do gado e do uso de fertilizantes. O que interessa
para a posição do país é a proporção das emissões de cada pais."
Como
é notório, no Brasil, a principal fonte de emissões é a destruição da Amazônia.
Segundo a fonte acima, "o Brasil
era um desastre absoluto" em termos de regime climático até 2004, com o
desmatamento descontrolado da floresta." Houve auspiciosa mudança
"entre 2005 e 2012". Com Marina
Silva, no Ministério do Meio Ambiente "é criado o Plano Nacional de
Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal (com 13 ministérios, no
governo Lula da Silva). O monitoramento
do desmatamento torna-se mais dinâmico e presente, com o Deter
(Detecção do Desmatamento em Tempo Real).
Em consequência, o desmatamento
cai para 19 mil km2, em 2005 (em 2004, destruição fora de 27, 7 mil km2), e em 2006 passa para 14
mil km2.
A
tendência se mantém, e a partir de 2009 a área desmatada fica sempre
abaixo de oito mil km2. "A partir
dos governos Lula, a liderança e respeito" ambiental aumentaram deveras,
"não só porque o país tinha consistênca e atuação, mas também muito o que
mostrar em termos concretos."
Já
na conferência de Copenhague, em 2009, o Brasil apresenta
metas concretas (reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020).
No entanto, com o governo
Dilma há um claro retrocesso na política ambiental e climática do Brasil. Mas o aumento do desmatamento se acentuou
sobretudo no governo Michel Temer - ironicamente em 2012 a área desmatada foi a
menor já registrada (4.571 km2), mas
a progressão benéfica não se mantém nos anos seguintes.
Com altos e baixos
prossegue a curva do desmatamento - que
atinge em 2018 7.900 km, ainda que bastante menor do que a destruição de 2004.
A dinâmica na Amazônia
através dos incêndios induzidos e das chamadas queimadas, provocou outro abalo
considerável na avaliação internacional
sobre o Brasil, em termos de combate ecológico contra as queimadas, que existia
no período da ministrança de Marina Silva, e o decréscimo havido já no governo
Temer, com a sua enxurrada de "decretos, leis e medidas provisórias que
afetaram severamente a Amazônia".
Por outro lado, o processo toma outra feição com o Governo Bolsonaro, o seu Ministro do Meio Ambiente, com
a demissão do chefe do Serviço, Ricardo Galvão, que monitorava as queimadas na
Amazônia, enquanto diretor do INPE.
Dependerá bastante da
opinião pública brasileira e a sua reação, para que a atenção com o meio
ambiente, notadamente no seu panorama amazônico. e a sua necessária defesa,
para que a política no setor possa vir a corresponder aos anseios da maioria da
população brasileira.
Outro papel de
importância deve ser exercido pelo Sinodo da Amazônia, recentemente aberto por
Papa Francisco na Santa Sé, e que deve igualmente trazer a posição da Igreja
Católica no seu esforço para preservar a floresta e a interação do indígena
nessa magno empenho que é um dos motivos que levaram à convocação desse
importante sínodo por Sua Santidade.
( Fonte: Época 02.09.19
)
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