segunda-feira, 21 de outubro de 2019

A Luta pela Amazônia


                          

         Para que se entenda a importância do meio ambiente convém ter-se presente a lição  do prof. E.Viola, da UnB: "o ponto chave para avaliar o desempenho de qualquer país no regime ambiental global é a dinâmica das emissões de carbono, derivadas da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento, da digestão do gado e do uso de fertilizantes. O que interessa para a posição do país é a proporção das emissões de cada pais."
              Como é notório, no Brasil, a principal fonte de emissões é a destruição da Amazônia. Segundo a fonte acima,  "o Brasil era um desastre absoluto" em termos de regime climático até 2004, com o desmatamento descontrolado da floresta." Houve auspiciosa mudança "entre 2005 e 2012". Com Marina Silva, no Ministério do Meio Ambiente "é criado o Plano Nacional de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia Legal (com 13 ministérios, no governo Lula da Silva). O monitoramento  do desmatamento torna-se mais dinâmico e presente, com o Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real).

              Em consequência, o desmatamento cai para 19 mil km2, em 2005 (em 2004, destruição fora de 27, 7 mil km2), e em 2006 passa para 14 mil km2.

               A tendência se mantém, e a partir de 2009 a área desmatada fica sempre abaixo de oito mil km2. "A partir dos governos Lula, a liderança e respeito" ambiental aumentaram deveras, "não só porque o país tinha consistênca e atuação, mas também muito o que mostrar  em termos concretos."
                  Já na  conferência  de Copenhague, em 2009, o Brasil apresenta metas concretas (reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020).

                  No entanto, com o governo Dilma há um claro retrocesso na política ambiental e climática do Brasil.  Mas o aumento do desmatamento se acentuou sobretudo no governo Michel Temer - ironicamente em 2012 a área desmatada foi a menor já registrada (4.571 km2), mas a progressão benéfica não se mantém nos anos seguintes.
                     Com altos e baixos prossegue a curva do desmatamento  - que atinge em 2018 7.900 km, ainda que bastante menor do que a destruição de 2004.

                     A dinâmica na Amazônia através dos incêndios induzidos e das chamadas queimadas, provocou outro abalo considerável  na avaliação internacional sobre o Brasil, em termos de combate ecológico contra as queimadas, que existia no período da ministrança de Marina Silva, e o decréscimo havido já no governo Temer, com a sua enxurrada de "decretos, leis e medidas provisórias que afetaram severamente a Amazônia".  
                        Por outro lado, o processo  toma outra feição com o Governo Bolsonaro, o seu Ministro do Meio Ambiente, com a demissão do chefe do Serviço, Ricardo Galvão, que monitorava as queimadas na Amazônia, enquanto diretor do INPE.
                          Dependerá bastante da opinião pública brasileira e a sua reação, para que a atenção com o meio ambiente, notadamente no seu panorama amazônico. e a sua necessária defesa, para que a política no setor possa vir a corresponder aos anseios da maioria da população brasileira.
                 
              Outro papel de importância deve ser exercido pelo Sinodo da Amazônia, recentemente aberto por Papa Francisco na Santa Sé, e que deve igualmente trazer a posição da Igreja Católica no seu esforço para preservar a floresta e a interação do indígena nessa magno empenho que é um dos motivos que levaram à convocação desse importante sínodo por Sua Santidade.

( Fonte: Época 02.09.19 )

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