Como seria de esperar,
um derrame, a princípio anônimo, mas que não tardou em ser revelado como de
origem venezuelana, de óleo cru, se espalha por rios e mangues da região,
enquanto ameaça vilas da Bahia e de Sergipe, lenta mas inflexivelmente investindo
contra aquela cenário pristino, e, dessarte, pondo em risco não só o turismo na
região, mas também a berçários de espécies marinhas.
Entre os animais mortos, estão
sobretudo as tartarugas. Poluídas, tampouco atraem o turismo, as belas praias
nordestinas alimentam as angústias de quem mora na vizinhança e depende das vindas
sazonais dos turistas.
As profusas manchas de óleo
negro vão, impiedosas, sujando as areias antes intocadas, trazendo com elas as marcas da anterior grande
riqueza da terra de Bolívar, enquanto se espalham pelos brancos lençóis que debruavam as praias e resorts turísticos de o que fora ainda recentemente o antes plácido
e convidativo litoral nordestino, que ora se debate em meio a esse solerte e
até agora de origem imprecisa desmanche de óleos negros, mudas testemunhas seja
de derrames criminosos, seja - quem sabe? - de algum anônimo naufrágio.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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