Na missa matinal, o Arcebispo de
Aparecida, dom Orlando Brandes, criticou a direita, que chamou de
"violenta e injusta" na missa da manhã deste sábado, dia 12 de outubro,
que é feita em homenagem à Padroeira do
Brasil.
Ainda segundo a reportagem da Folha,
o Arcebispo de Aparecida acrescentou, ainda no sermão matinal: "Temos o
dragão do tradicionalismo. A direita é violenta, é injusta, estamos fuzilando o
papa, o Sínodo (da Amazônia), o Concílio Vaticano 2º", afirmou d.Orlando.
Sempre de acordo com a Folha, dom
Orlando "adaptou" o sermão na celebração vespertina, que tinha entre
os ouvintes o Presidente Jair Bolsonaro: "Lembrei dos dragões das
ideologias. Ideologias são interesses pessoais tanto da direita, quanto da esquerda". O discurso em tela, lembra a Folha, ecoa o
arcebispo de Diamantina, dom Darci Nicioli, ex- arcebispo da arquidiocese de
Aparecida, que neste ano disse à Folha que a Igreja deve "politizar a
população" e não pode ser "nem
de esquerda, nem de direita".
Em 2016, D. Nicioli ficou conhecido com um sermão em que se referia
sobre "pisar na cabeça" da serpente. O prelado fazia então alusão à
fala dita dois dias antes pelo ex-presidente Lula, já acuado pela Lava-Jato, mas ainda em liberdade.
"Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, e a
jararaca está viva, como sempre esteve", disse o petista então.
De acordo com a assessoria da Basílica de Aparecida, Bolsonaro é o
primeiro presidente em exercício a visitar o santuário no dia da Padroeira. Uma hora e meia antes da chegada do
presidente, seguranças evacuaram o santuário para revistar a basílica. A atitude incomodou os cansados fiéis e
preocupou o padre Luiz Cláudio Alves de Macedo: "Gostaria de lembrar aos
seguranças que, às quinze horas, teremos
a missa da Consagração, e não queremos o santuário esvaziado. Recebemos o
presidente da República com muita alegria, mas receberemos com mais alegria
ainda os demais devotos. Por favor, iniciem a entrada do povo."
O apelo funcionou. A missa
das quinze horas lotou. A estimativa da organização é que 145 mil pessoas
passaram pelo Santuário de Nossa Senhora Aparecida durante todo o dia.
Dentro da basílica, fiéis
acompanhavam as missas até mesmo
deitados no chão. Entre os que cumpriam promessas, havia aqueles que passaram a
noite dormindo na Igreja.
Ao longo da tarde, não havia
camisetas ou bandeiras de apoio a Bolsonaro, mas o clima era de ansiedade. "Você vai ficar para ver o Bolsonaro?
Mas você nunca foi fã dele", questionou uma mulher ao seu parceiro do lado
de fora da Igreja.
No altar, Bolsonaro proclamou o
"Livro de Ester". A personagem, em dado momento , se dirige a um rei:
"Se for do teu agrado, concede-me a vida - eis o meu pedido! - e a vida do
meu povo - eis o meu desejo!".
Sem falar com a imprensa,
o presidente deixou o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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