quinta-feira, 10 de outubro de 2019

A estranha atitude de Trump


                                   

        Há vários aspectos no proceder do Presidente americano que exigem um exame mais aprofundado de sua bizarra   aliança com o tirano Erdogan.

           Ética.  O presidente serviu-se à tripa forra dos serviços militares dessa brava gente que é o povo curdo. A história médio-oriental não tem sido particularmente amiga dessa etnia que, ao cabo de muitas prestações de serviços militares, é muita vez enganada, e amiúde, como no caso presente, em que atua de forma determinante, com a conhecida lealdade e firmeza, para ao cabo ser tratada de maneira inominável como no episódio  em tela.
             Até surpreende que um país como a dita superpotência não tenha expresso, pelos ditos canais competentes, o seu repúdio a atitude a que falta seja a integridade, seja o respeito que deve ser atribuído a um parceiro que, além de ser válido aliado, jamais justificara pela sua lealdade e disponibilidade para bem servir, que lhe fosse aplicado um tratamento de tal cinismo, marcado de resto por  deslealdade tão acintosa e agressiva que não costuma ser visto amiúde.
               Se tudo isso mostra a falta de um mínimo respeito pelas bravas prestações de uma etnia que se assinala pela bravura e pela correção com que se dedica às missões que lhe são cominadas, o cinismo e a deslealdade desse  brutal renversement des alliances, além da total e integral carência de um mínimo de lealdade e também de respeito ao próprio caráter nacional, a ponto tal que sequer esse gênero de comportamento - como o tristemente evidenciado por Mr Donald Trump - não tende felizmente a ser imitado na política, pois além de atentar contra a ética, vai também - e pesado - em detrimento do relacionamento, pois a confiança será sempre o guia das alianças.
                  O comportamento de Mr Trump além de ser um acinte às tradições americanas, chega a ser traumático pela ignóbil atitude de desrespeito e menosprezo no que tange às práticas estadunidenses, a que se acresce a torpe burrice de quem trata um aliado bravo e confiável dessa inimaginável maneira que vai contra não só a tudo que os Estados Unidos representam na história, senão abre  a porta para a volta do E.I. e sua coorte de infâmias.
                    Nas patranhas da História, será difícil encontrar tratamento a tal ponto estúpido e tão torpemente arrogante, como nos mostra esse bizarro conluio entre um ditador e um político que se crê imune a tudo, a ponto de escarnecer da confiança e da lealdade de um povo.                   

( Fonte: O  Estado de S. Paulo )

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