Há vários aspectos no
proceder do Presidente americano que exigem um exame mais aprofundado de sua bizarra aliança com o tirano Erdogan.
Ética. O presidente
serviu-se à tripa forra dos serviços militares dessa brava gente que é o povo
curdo. A história médio-oriental não tem sido particularmente amiga dessa etnia
que, ao cabo de muitas prestações de serviços militares, é muita vez enganada,
e amiúde, como no caso presente, em que atua de forma determinante, com a conhecida
lealdade e firmeza, para ao cabo ser tratada de maneira inominável como no episódio
em tela.
Até surpreende que um país como a
dita superpotência não tenha expresso, pelos ditos canais competentes, o seu
repúdio a atitude a que falta seja a integridade, seja o respeito que deve ser
atribuído a um parceiro que, além de ser válido aliado, jamais justificara pela
sua lealdade e disponibilidade para bem servir, que lhe fosse aplicado um
tratamento de tal cinismo, marcado de resto por deslealdade tão acintosa e agressiva que não
costuma ser visto amiúde.
Se tudo isso mostra a falta de
um mínimo respeito pelas bravas prestações de uma etnia que se assinala pela
bravura e pela correção com que se dedica às missões que lhe são cominadas, o
cinismo e a deslealdade desse brutal renversement des alliances, além da
total e integral carência de um mínimo de lealdade e também de respeito ao
próprio caráter nacional, a ponto tal que sequer esse gênero de comportamento -
como o tristemente evidenciado por Mr Donald Trump - não tende felizmente a ser
imitado na política, pois além de atentar contra a ética, vai também - e pesado
- em detrimento do relacionamento, pois a confiança será sempre o guia das
alianças.
O comportamento de Mr Trump
além de ser um acinte às tradições americanas, chega a ser traumático pela
ignóbil atitude de desrespeito e menosprezo no que tange às práticas
estadunidenses, a que se acresce a torpe burrice de quem trata um aliado bravo
e confiável dessa inimaginável maneira que vai contra não só a tudo que os
Estados Unidos representam na história, senão abre a porta para a volta do E.I. e sua coorte de infâmias.
Nas patranhas da História,
será difícil encontrar tratamento a tal ponto estúpido e tão torpemente
arrogante, como nos mostra esse bizarro conluio entre um ditador e um político
que se crê imune a tudo, a ponto de escarnecer da confiança e da lealdade de um
povo.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário