Segundo noticia o
Estadão, o Twitter suspendeu a 19 de
agosto corrente cerca de 986 contas do Twitter vinculadas a autoridades
chinesas, que apresentavam visão distorcida dos acontecimentos em Hong Kong,
voltada para desacreditar e dividir os manifestantes antigoverno naquela
cidade.
De acordo com o texto do Twitter,
as contas canceladas "estão coordenadas no marco de uma operação respaldada pelo Estado chinês" com
vistas a "minar a legitimidade e as
posições políticas" dos manifestantes.
Ainda segundo o Twitter
"identificamos amplos conjuntos de contas que se comportavam de forma coordenada a fim de amplificar as
mensagens sobre as manifestações em Hong Kong".
Por outro lado, funcionário do
Twitter disse forma anônima à Associated Press que a atividade das contas
chinesas foi entregue ao FBI para
investigações posteriores. Deve-se
recordar que o mesmo órgão do Governo americano fora responsável por
investigar atividades do governo russo, por sua interferência na eleição
americana de 2016, por meio das redes sociais, para favorecer o candidato Trump
em desfavor da candidata democrata Hillary Clinton.
Ainda consoante o funcionário
em tela, o Twitter atribuíu a campanha contra manifestantes em Hong Kong a duas
falsas contas chinesas, e outras britânicas que fingiam ser veículos de
imprensa com sede no território.
Os manifestantes eram
descritos como criminosos violentos, em uma campanha com o escopo de mudar a
opinião pública ao redor do mundo. Também foram identificadas contas no Facebook
com os mesmos fins, mas em menor número.
A aludida Rede Social
também anunciou que desativara sete páginas, três grupos e cinco perfis em sua
plataforma pelo mesmo motivo, por estar "vinculados a indivíduos associados ao governo de Pequim". Tanto
o Facebook quanto o Twitter são proibidos na China Continental.
O ataque do governo de
Beijing contra os demonstrantes de Hong Kong e a sua defesa da democracia
corresponde a uma reação visceral da atual hierarquia chinesa que, mesmo em
parâ -metros usuais na RPC, vai muito além na sua campanha contra a ação dos
corajosos demonstrantes de Hong Kong.
Na verdade essa campanha extremada e
exacerbada reflete a fraqueza central do
regime ditatorial chinês, que por sua incompatibilidade com a prática
democrática é levado a combater qualquer expressão nas manifestações
democráticas que estão no cerne da rejeição do povo chinês de Hong Kong à rejeição de tudo o que semelhar possa
com a liberdade de pensamento, que, em grau ainda maximizado nesse regime de Xi
Jinping que sob a ulterior influência do maoismo (depois de caído em desgraça,
de novo valorizado pelo autoritarismo de Xi).
Assim como o autoritarismo exacerbado prevaleceria na China, após a
derrota de Zhao ZiYang e o brutal massacre de Tiananmen, que foi ordenado por
Deng Xiaoping, o então supremo líder que, convencido por Li Peng, que se valera
da ausência de Zhao, então em viagem de
estado à Coreia do Norte, para que Deng assinasse no órgão oficial um artigo
contra os demonstrantes estudantis, o que desencadearia a infeliz série de
eventos que prepararia o massacre da
Praça da Paz Celestial, a exoneração de Zhao, por discordar de tal política, e
o seu confinamento residencial, até a sua morte em 17 de janeiro de 2005, em
Beijing.
Dessarte, pela
deusa Fortuna, e a tristemente oportuna ausência de Zhao em Beijing - estava na
Coreia do Norte ! -,Li, o chefe da facção conservadora, malgrado a própria
ínsita mediocridade, convenceria o velho
Deng Xiaoping para que se pusesse em movimento primo uma mensagem de Deng que censurava os estudantes, através do
jornal oficial do PCC, e assim se
deslanchava o infernal mecanismo da repressão, feita após a sua conveniente
demonização pelo limitado, mas astuto Li Peng.
(Fontes:
O Estado de S. Paulo; Prisoner of the State, o diário do Premier Zhao ZiYang)
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