terça-feira, 20 de agosto de 2019

Twitter: suspensas 986 contas chinesas


                        
       Segundo noticia o Estadão,  o Twitter suspendeu a 19 de agosto corrente cerca de 986 contas do Twitter vinculadas a autoridades chinesas, que apresentavam visão distorcida dos acontecimentos em Hong Kong, voltada para desacreditar e dividir os manifestantes antigoverno naquela cidade.
            De acordo com o texto do Twitter, as contas canceladas "estão coordenadas no marco de uma operação  respaldada pelo Estado chinês" com vistas a "minar a legitimidade  e as posições políticas" dos manifestantes.
             Ainda segundo o Twitter "identificamos amplos conjuntos de contas que se comportavam  de forma coordenada a fim de amplificar as mensagens sobre as manifestações em Hong Kong".
               Por outro lado, funcionário do Twitter disse forma anônima à Associated Press que a atividade das contas chinesas foi entregue ao FBI  para investigações posteriores.  Deve-se recordar que o mesmo órgão do Governo americano fora responsável por investigar atividades do governo russo, por sua interferência na eleição americana de 2016, por meio das redes sociais, para favorecer o candidato Trump em desfavor da candidata democrata Hillary Clinton.
                 Ainda consoante o funcionário em tela, o Twitter atribuíu a campanha contra manifestantes em Hong Kong a duas falsas contas chinesas, e outras britânicas que fingiam ser veículos de imprensa com sede no território.
                   Os manifestantes eram descritos como criminosos violentos, em uma campanha com o escopo de mudar a opinião pública ao redor do mundo. Também foram identificadas contas no Facebook com os mesmos fins, mas em menor número.
                     A aludida Rede Social também anunciou que desativara sete páginas, três grupos e cinco perfis em sua plataforma pelo mesmo motivo, por estar "vinculados a indivíduos  associados ao governo de Pequim". Tanto o Facebook quanto o Twitter são proibidos na China Continental.
                        O ataque do governo de Beijing contra os demonstrantes de Hong Kong e a sua defesa da democracia corresponde a uma reação visceral da atual hierarquia chinesa que, mesmo em parâ -metros usuais na RPC, vai muito além na sua campanha contra a ação dos corajosos demonstrantes de Hong Kong.
                         Na verdade essa campanha extremada e exacerbada  reflete a fraqueza central do regime ditatorial chinês, que por sua incompatibilidade com a prática democrática é levado a combater qualquer expressão nas manifestações democráticas que estão no cerne da rejeição do povo chinês de Hong Kong à rejeição de tudo o que semelhar possa com a liberdade de pensamento, que, em grau ainda maximizado nesse regime de Xi Jinping que sob a ulterior influência do maoismo (depois de caído em desgraça, de novo valorizado pelo autoritarismo de Xi).  Assim como o autoritarismo exacerbado prevaleceria na China, após a derrota de Zhao ZiYang e o brutal massacre de Tiananmen, que foi ordenado por Deng Xiaoping, o então supremo líder que, convencido por Li Peng, que se valera da ausência  de Zhao, então em viagem de estado à Coreia do Norte, para que Deng assinasse no órgão oficial um artigo contra os demonstrantes estudantis, o que desencadearia a infeliz série de eventos que prepararia o massacre  da Praça da Paz Celestial, a exoneração de Zhao, por discordar de tal política, e o seu confinamento residencial, até a sua morte em 17 de janeiro de 2005, em Beijing.
                            Dessarte, pela deusa Fortuna, e a tristemente oportuna ausência de Zhao em Beijing - estava na Coreia do Norte ! -,Li, o chefe da facção conservadora, malgrado a própria ínsita mediocridade, convenceria o velho  Deng Xiaoping para que se pusesse em movimento primo uma mensagem de Deng que censurava os estudantes, através do jornal oficial do PCC,  e assim se deslanchava o infernal mecanismo da repressão, feita após a sua conveniente demonização pelo limitado, mas astuto Li Peng.   


(Fontes: O Estado de S. Paulo; Prisoner of the State, o diário do Premier Zhao ZiYang)

Nenhum comentário: