Dadas as
características de temperamento e de atitude do Primeiro Ministro Boris Johnson, como já antecipado em blog anterior, cresce a chamada crise do
Brexit, especialmente se tivermos
presente a modalidade que revestiria tal crise política, com reflexos
econômicos e financeiros que devem distingui-la - e de forma radical - das assim
chamadas crises de governo di normale
amministrazione.
A postura
atitudinal do novel Primeiro Ministro não tem
- e este, leitor amigo, é o que se poderia definir como o understatement
dos understatements - não tem
dado à opinião pública inglesa, bem com ao chamado mercado qualquer indicação
de que o seu hard Brexit será feito
em condições de normalidade democrática.
Ao colar ao seu hard Brexit, a qualificação de no deal (sem quaisquer
condições negociadas), a jogada que Mr Johnson está encenando é típica do
blefador em uma mesa de poker.
Ignorando avisos e alertas de personalidades relevantes, o primeiro ministro
inglês encena ao que parece ter encontrado como "eureka" essa postura
atitudinal do jogador que pensa quebrar as barreiras encenando nessa separação
litigiosa um o "que tudo mais vá para o diabo".
Se a questão em tela fosse assim
tão simples, quando semelha querer parecer fazê-la o Primeiro Ministro - e existe um
termo em português vulgar, que define à maravilha - a atitude de alguém como
ele que atua como se pouco lhe importasse "que tudo mais vá para o
inferno". Pois é justamente essa conjuntura em extremo negativa que se
configuraria, como uma bela crise econômico-financeira a adornar postura
atitudinal de Mr Johnson, em que a real possibilidade de crise econômica se
configura, com a sua cadeia de consequentes desastrosos efeitos. E dados os
elementos envolvidos e desencadeados com a postura verbal irresponsável, é de
entender-se que o Primeiro Ministro britânico seja confrontado com iniciativa
do líder da Minoria Jeremy Corbyn, que se dirigiu ao Secretário do Gabinete,
Sir Mark Sedwill, para que determinasse que o Primeiro Ministro não possa levar
avante o seu Brexit não-negociado. Por outro lado, Andy MacDonald, Secretário
do Shadow Cabinet instado a que infundisse bom senso e sanidade
mental no Primeiro Ministro Boris Johnson, dirigiu-se ao Secretário do
Gabinete, Sir Mark Sedwill, para que
leve a sanidade mental ao P.M Johnson, eis que seria uma loucura, na avaliação de muitos, empreender essa
marcha, dispondo apenas de uma maioria de um
único voto.
Com efeito, parece absurdo se não é
risível, que alguém se proponha a apelar para uma maioria desse porte, para
completar a manobra de um Brexit com a solução de uma união aduaneira, o que,
na verdade, reproduz o esquema que o
gabinete de Theresa May tentara fazer aceitar pelo Parlamento, e que fora
rejeitado por três vezes dada a suspicácia de que estivesse envolvida alguma afronta à
soberania britânica.
Dessarte, em atmosfera
de crise política iminente, o Primeiro Ministro Boris Johnson é acusado de
"quebrar a economia", em face de suas ameaças de não negociar o Brexit.
Com efeito, crescem os temores de
uma recessão induzida pela irresponsabilidade desse mesmo Primeiro Ministro em
levar avante, de forma churchilleana,
esse mesmo Brexit, enquanto já surgiriam
os primeiros sinais na economia inglesa de que se vá enfrentar uma recessão
politicamente induzida, como, de resto, os dados britânicos dos organismos
competentes já proporcionam dados inquietantes quanto ao futuro próximo dessa
economia na terra de Sua Majestade.
(
Fontes: The Independent, Folha de
S.Paulo , Roberto Carlos)
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