O
diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ricardo Galvão -
que nesses últimos dias esteve no centro da polêmica com o Presidente Jair
Bolsonaro sobre os dados que mostram alta do desmatamento na Amazônia - foi
exonerado do cargo ontem, sexta-feira, dois de agosto. Segundo Galvão, a crise
não vai respingar no órgão. Esperemos com lógica misturada com raiva e denodo,
que vença a causa do Brasil, que é a da Amazônia, o pulmão da Terra,a que a boa
gente brasileira não há de permitir que nos roubem, seja por torpeza, seja por
estupidez, a verde, luzente mancha, pela qual colaboramos oxigenar , no
compasso dos Eons , a nossa comum morada .
A
luta contra o desmatamento, e, em especial, aquele da Amazônia, é esforço longo
e sofrido, esforço esse que não admite condescendências. A floresta amazônica é
- e assim tem de continuar - não só o inferno
verde, mas a hyläa que maravilhou
Alexander von Humboldt e tantos outros cientistas-exploradores, e cujo valor
para o planeta não cessa de crescer, e por isso carece de ser defendida, nessas
lutas compridas, que não admitem postos de vigilância serem deixados vagos,
pois seria fazer a suja labuta dos madeireiros e de seus compadres, daqueles que vêem nessa grande, porten-tosa
mata apenas motivação para cúpida destruição e ademais, com o escopo do lúrido
lucro sem qualquer futuro, pois não é perpetrado pelo valor intrínseco de o que ela representa, mas sim configura o intúito
inconfessável da explotação sem limites,
à la Malásia, e de outras terras
tristemente similares, que caíram sob o machado e a serra da cobiça dos madeireiros e de sua associada malta, que pode achar-se próxima de levar a cabo sua
imunda tarefa, que já começou no Pará, e que já acabou na Malásia e na África
do Norte, aonde os áridos areais surgem com suas pálidas dunas e rasteira,
rasteiríssima mesmo, vegetação, que é o estranho mote alacremente anunciado
por seus corifeus e toda laia a que só une a comum nacionalidade do imundo lucro sem senso nem limite, que se pouco dura, para essa torpe gente de ganho
que lhes parece mirí-fico, e que na verdade em breve se lança nos calvos planos
de latos areais sem história, em visão decerto dantesca, ainda que não referida na imortal Commedia.
(Fontes: La
Commedia, de Dante Alighieri; Alexander von Humboldt; O Estado de S.Paulo,
Folha de S. Paulo e O Globo (Saída do diretor do INPE agrava crise ambiental)
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