Mais depressa de o que
previa, foi por água abaixo a postura agressiva do Presidente Jair Bolsonaro.
Após haver, de forma pouco responsável recusado os tradicionais donativos
ambientais da República Federal da Alemanha, de US$ 500 milhões, e aquele
de trezentos milhões da Noruega, a irrupção anunciada das queimadas na Amazônia
veio mostrar ao mundo uma diversa posição do governo brasileiro, com censuras e
ameaças caindo com a repentinidade de golpes de certo previsíveis, dada a
surpreendente atitude da nova Administração, que rompera, com , uma secular
política do Brasil e de sua Presidência da República, que até o passado
recentíssimo do novo Governo se tinha prodigado em empenhar-se pela defesa da Hiléia
amazônica, essa singular dádiva ao Brasil continental, em extensão que é admirada desde os primórdios do século XVIII,
pela primeira expedição do Barão von Humboldt ao novo Mundo.
Choveram sob o
recentíssimo projetado acordo entre a CEE e o Brasil não os raios de Zeus, mas
ameaças de poderosos mortais, como o presidente Macron e outros mais sobre o
antojado tratado entre Mercosur e a União Europeia. Mais cedo do que previsto
as prometidas benesses para o Brasil e os demais países da América do Sul foram
lançadas em discurso agressivo que ía a ponto de questio-nar, pelas
irresponsáveis queimadas na Amazônia, um Tratado que antes sorrira para os agricultores do Mercosul.
E de repente, como se fora uma
dessas grandes tempestades que com suas águas copiosas trazem o maximizado verdor
para a ainda cerrada Floresta Amazônica, cresceu, inaudita e sanhuda, a pressão internacional
com o presidente Emmanuel Macron, da França, acusando o Presidente Bolsonaro de
faltar à verdade sobre compromissos climáticos, a par de brandir a não-aprovação
do acordo comercial entre Mercosul e U.E. , recém-firmado ( e festejado) em
junho.
De chofre, ouviu o novo
Brasil uma ríspida linguagem, até então inaudita. A pequena Irlanda também acenou com o próprio
veto ao antes badalado Acordo de Mercosur e União Europeia. De chofre, nos descobrimos como vilões internacionais,
sujeitos a doestos e ameaças, em profusão.
Nesse contexto, o castelo
de cartas de politica não fundada no interesse nacional, que colhia tão só os
louvaminheiros apoios dos cortesãos de turno já parece submetido ao destino que
é reservado às promessas sem parentesco com a realidade. Assim, a pressão internacional leva o Presidente Bolsonaro a afinal
autorizar o uso de nossas Forças Armadas para combater as queimadas na Amazônia,
o que foi feito por meio de decreto de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Por outro lado, em
pronunciamento na Televisão na noite de sexta-feira, o Presidente da República
não trepida em adotar tom mais moderado,
inclusive prometendo tolerância zero para crimes ambientais.
É de notar-se que,
durante a fala presidencial, houve panelaços
em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Segundo
Bolsonaro, "espalhar dados e mensagens infundadas" dentre e fora do
país não contribui para uma solução. Nesse contexto, o Presidente afirmou que
incêndios florestais não podem servir de pretexto para sanções internacionais.
Se a fala foi um recado à França, que o acusara
de mentir sobre compromissos climáticos,
o discurso presidencial abre um novo capítulo, em que ameaças apressadas, como
a brandida da não-aprovação do aludido comercial entre Mercosul e União
Europeia já firmado em junho último, podem ser revistas e tornar-se letra morta,
diante do prometido emprego das Forças Armadas no combate das queimadas.
Nesse contexto,
dentro de brusca, mas salutar volta à realidade, é de esperar-se que sob um
discurso diverso, em que não só o bom senso prevaleça, mas também o longo e
assinalado passado de realizações em prol do meio ambiente, como tantos
governos anteriores já o demonstraram, será tempo de com a ajuda de nosso
Exército Nacional e novas condições não só para os órgãos com responsabilidade
para o Meio Ambiente, se possa virar a página de palavras irre-fletidas, que em
nada acrescentam ao interesse nacional, que é o da preservação da Amazônia, sob
a santa união de tantos patriotas, unidos por aspiração comum, que é o da
preservação da Amazônia, nesse sonho de que participaram - e participam -
tantos brasileiros e estrangeiros ilustres, como o Barão von Humboldt, e Chico Mendes, que não estão mais entre nós,
mas que podem ainda e muito servir de grandioso exemplo de coragem, estudos,
trabalhos de toda sorte e a visão generosa dos grandes vultos da comunidade
amazônica. A Hyléia está aí e continuará a estar, com a sua generosa força armada para o Bem e brilhante
Porvir da Humanidade, que através do Estado brasileiro e de seus filhos, sob
luz grandiosa da multissecular presença de
tantos grandes homens da Ciência e da Humanidade. Não é hora de que o braço
armado na defesa desse Patrimônio vá arrefecer na própria luta pelo Bem da
magna entidade que a Terra Brasileira, com tantos exploradores da coragem de
Pedro Teixeira e de cientistas como o grande von Humboldt já abençoaram pelo
próprio benemérito trabalho.
(
Fontes modernas: Folha de S. Paulo, O Globo,
Estado de S. Paulo, e Chico Mendes.- Fontes do passado: Alexandre von Humboldt e Pedro Teixeira )
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