sábado, 24 de agosto de 2019

Bolsonaro sob pressão internacional


                      
         Mais depressa de o que previa, foi por água abaixo a postura agressiva do Presidente Jair Bolsonaro. Após haver, de forma pouco responsável recusado os tradicionais donativos ambientais da República Federal da Alemanha, de US$ 500 milhões,  e  aquele de trezentos milhões da Noruega, a irrupção anunciada das queimadas na Amazônia veio mostrar ao mundo uma diversa posição do governo brasileiro, com censuras e ameaças caindo com a repentinidade de golpes de certo previsíveis, dada a surpreendente atitude da nova Administração, que rompera, com , uma secular política do Brasil e de sua Presidência da República, que até o passado recentíssimo do novo Governo se tinha prodigado em empenhar-se pela defesa da Hiléia amazônica, essa singular dádiva ao Brasil continental, em extensão que é  admirada desde os primórdios do século XVIII, pela primeira expedição do Barão von Humboldt ao novo Mundo.
          Choveram sob o recentíssimo projetado acordo entre a CEE e o Brasil não os raios de Zeus, mas ameaças de poderosos mortais, como o presidente Macron e outros mais sobre o antojado tratado entre Mercosur e a União Europeia. Mais cedo do que previsto as prometidas benesses para o Brasil e os demais países da América do Sul foram lançadas em discurso agressivo que ía a ponto de questio-nar, pelas irresponsáveis queimadas na Amazônia, um Tratado que antes sorrira para os agricultores do Mercosul.
               E de repente, como se fora uma dessas grandes tempestades que com suas águas copiosas trazem o maximizado verdor para a ainda cerrada Floresta Amazônica, cresceu,  inaudita e sanhuda, a pressão internacional com o presidente Emmanuel Macron, da França, acusando o Presidente Bolsonaro de faltar à verdade sobre compromissos climáticos, a par de brandir a não-aprovação do acordo comercial entre Mercosul e U.E. , recém-firmado ( e festejado) em junho.
                   De chofre, ouviu o novo Brasil uma ríspida linguagem, até então inaudita.  A pequena Irlanda também acenou com o próprio veto ao antes badalado Acordo de Mercosur e União Europeia. De chofre,  nos descobrimos como vilões internacionais, sujeitos a doestos e ameaças, em profusão.

                   Nesse contexto, o castelo de cartas de politica não fundada no interesse nacional, que colhia tão só os louvaminheiros apoios dos cortesãos de turno já parece submetido ao destino que é reservado às promessas sem parentesco com a realidade.  Assim, a pressão internacional  leva o Presidente Bolsonaro a afinal autorizar o uso de nossas Forças Armadas para combater as queimadas na Amazônia, o que foi feito por  meio de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
                       Por outro lado, em pronunciamento na Televisão na noite de sexta-feira, o Presidente da República não trepida em adotar  tom mais moderado, inclusive prometendo tolerância zero para crimes ambientais.
                        É de notar-se que, durante a fala presidencial, houve panelaços  em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre. Segundo Bolsonaro, "espalhar dados e mensagens infundadas" dentre e fora do país não contribui para uma solução. Nesse contexto, o Presidente afirmou que incêndios florestais não podem servir de pretexto para sanções internacionais.
                             Se a fala foi um recado à França, que o acusara de  mentir sobre compromissos climáticos, o discurso presidencial abre um novo capítulo, em que ameaças apressadas, como a brandida da não-aprovação do aludido comercial entre Mercosul e União Europeia já firmado em junho último, podem ser revistas e tornar-se letra morta, diante do prometido emprego das Forças Armadas no combate das queimadas.
                             Nesse contexto, dentro de brusca, mas salutar volta à realidade, é de esperar-se que sob um discurso diverso, em que não só o bom senso prevaleça, mas também o longo e assinalado passado de realizações em prol do meio ambiente, como tantos governos anteriores já o demonstraram, será tempo de com a ajuda de nosso Exército Nacional e novas condições não só para os órgãos com responsabilidade para o Meio Ambiente, se possa virar a página de palavras irre-fletidas, que em nada acrescentam ao interesse nacional, que é o da preservação da Amazônia, sob a santa união de tantos patriotas, unidos por aspiração comum, que é o da preservação da Amazônia, nesse sonho de que participaram - e participam - tantos brasileiros e estrangeiros ilustres, como o Barão von Humboldt,  e Chico Mendes, que não estão mais entre nós, mas que podem ainda e muito servir de grandioso exemplo de coragem, estudos, trabalhos de toda sorte e a visão generosa dos grandes vultos da comunidade amazônica. A Hyléia está aí e continuará a estar,  com a sua generosa força armada para o Bem e brilhante Porvir da Humanidade, que através do Estado brasileiro e de seus filhos, sob luz grandiosa da multissecular presença  de tantos grandes homens da Ciência e da Humanidade. Não é hora de que o braço armado na defesa desse Patrimônio vá arrefecer na própria luta pelo Bem da magna entidade que a Terra Brasileira, com tantos exploradores da coragem de Pedro Teixeira e de cientistas como o grande von Humboldt já abençoaram pelo próprio benemérito trabalho.        

( Fontes modernas: Folha de S. Paulo, O Globo, Estado de S. Paulo, e Chico Mendes.- Fontes do passado: Alexandre von Humboldt e  Pedro Teixeira )          

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