Em
protesto pacífico, segurando cartazes em inglês e mandarim, centenas de
manifestantes antigoverno, vestindo roupas pretas, ocuparam os salões centrais
do terminal do aeroporto de Hong Kong. Essa manifestação, pacífica e ordeira,
dentro dos limites do bom senso, dos ativistas se propunha através dos aludidos
cartazes inteirar os visitantes e turistas estrangeiros, enquanto os empenhados
nessa ação de esclarecimento de objetivos permaneciam sentados. Assinale-se que
o ato demonstrativo se realizou sem que houvesse registro de qualquer alteração
no esquema de vôos programados.
Com esse ato, ontem encenado, o território da ex-colônia inglesa, marca
o décimo fim de semana consecutivo em que é objeto de diversificados
protestos, iniciados em 9 de junho. Tais protestos foram provocados por um
projeto de lei de extradição de detentos que seriam levados para a China
continental, que foi apresentado pela novel líder executiva de Hong Kong, Carrie
Lam.
Desde aquela memorável jornada, a pauta dos atos de protesto tem sido
expandida. Apesar de que a administração de Carrie Lam haja recuado, com a
suspensão da aludida medida, os manifestantes continuaram reivindicando a
retirada definitiva do projeto em tela.
Também os demonstrantes pedem a renúncia da Lam, e a designação de um
sucessor por meio de eleições diretas, ao invés das burocráticas e com ranço
colonialista nomeações feitas por Beijing.
Além disso, os manifestantes exigem uma investigação sobre a violência
policiesca e acerca de abusos da Justiça, tendo presentes as centenas de
prisões das últimas semanas. Os atos
começaram a se realizar mesmo sem a autorização da Polícia, o que levou a
confrontos e prisões, tanto com policiais, quanto com capangas agressores
contrários aos atos.
Após reunião ontem realizada, com líderes empresariais da Ilha, Lam
voltou a repisar o discurso de prejuízo econômico causado pela crise, eis que
Hong Kong é movimentada pelo investimento interno e igualmente pelo
turismo; "A desaceleração desta
vez aconteceu muito rapidamente. Alguém a comparou a um tsunami", disse a governadora.
Tendo em vista a
instabilidade, Carrie Lam, dentro da rígida atitude que lhe tem pautado a atuação,
afirmou que não fará concessões "para silenciar os manifestantes
violentos", acrescentando que "a insatisfação diante do governo não
justifica tolerância à violência".
Como se depreende
pelo andor da carruagem, diante do formalismo burocrático da Governadora (que,
semelha oportuno reiterar, é responsável pelo desencadear dos protestos da cidadania),
a menos que ela venha a ser desautorizada no seu formalismo pouco imaginativo,
a continuação dos protestos dessa cidadania tenderá a estender-se, ou que haja
de parte da China continental alguma inteligência criativa que venha a contribuir
para propiciar a oportuna conciliação entre
gregos e troianos...
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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