sábado, 10 de agosto de 2019

Hong Kong: Ativistas tomam aeroporto


        
        Em protesto pacífico, segurando cartazes em inglês e mandarim, centenas de manifestantes antigoverno, vestindo roupas pretas, ocuparam os salões centrais do terminal do aeroporto de Hong Kong. Essa manifestação, pacífica e ordeira, dentro dos limites do bom senso, dos ativistas se propunha através dos aludidos cartazes inteirar os visitantes e turistas estrangeiros, enquanto os empenhados nessa ação de esclarecimento de objetivos permaneciam sentados. Assinale-se que o ato demonstrativo se realizou sem que houvesse registro de qualquer alteração no esquema de vôos programados.

            Com esse ato, ontem encenado, o território da ex-colônia inglesa, marca o décimo fim de semana consecutivo em que é objeto de diversificados protestos, iniciados em 9 de junho. Tais protestos foram provocados por um projeto de lei de extradição de detentos que seriam levados para a China continental, que foi apresentado pela novel líder executiva de Hong Kong, Carrie Lam.

              Desde aquela memorável jornada, a pauta dos atos de protesto tem sido expandida. Apesar de que a administração de Carrie Lam haja recuado, com a suspensão da aludida medida, os manifestantes continuaram reivindicando a retirada definitiva do projeto em tela.  Também os demonstrantes pedem a renúncia da Lam, e a designação de um sucessor por meio de eleições diretas, ao invés das burocráticas e com ranço colonialista nomeações feitas por Beijing.

                 Além disso, os manifestantes exigem uma investigação sobre a violência policiesca e acerca de abusos da Justiça, tendo presentes as centenas de prisões das últimas semanas.  Os atos começaram a se realizar mesmo sem a autorização da Polícia, o que levou a confrontos e prisões, tanto com policiais, quanto com capangas agressores contrários aos atos.

                    Após reunião ontem realizada, com líderes empresariais da Ilha, Lam voltou a repisar o discurso de prejuízo econômico causado pela crise, eis que Hong Kong é movimentada pelo investimento interno e igualmente pelo turismo;  "A desaceleração desta vez aconteceu muito rapidamente. Alguém a comparou a um tsunami", disse a governadora.

                       Tendo em vista a instabilidade, Carrie Lam, dentro da rígida atitude que lhe tem pautado a atuação, afirmou que não fará concessões "para silenciar os manifestantes violentos", acrescentando que "a insatisfação diante do governo não justifica tolerância à violência".     

                          Como se depreende pelo andor da carruagem, diante do formalismo burocrático da Governadora (que, semelha oportuno reiterar, é responsável pelo desencadear dos protestos da cidadania), a menos que ela venha a ser desautorizada no seu formalismo pouco imaginativo, a continuação dos protestos dessa cidadania tenderá a estender-se, ou que haja de parte da China continental alguma inteligência criativa que venha a contribuir para propiciar a oportuna conciliação  entre gregos e troianos...

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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