Beijing partiu no dia
seis de agosto para uma advertência/ameaça aos persistentes e infatigáveis
manifestantes da antiga colônia britânica, os quais, contra toda expectativa e
esperança, persistem no desafio aos milhares de apparatchicks do regime
comunista, enquanto se aferram aos princípios da Liberdade e da Democracia com
que lhes acenaram na virada do século, e os quais persistem a escrever nas
diuturnas lutas sob a bandeira que para eles reluz nos paralelepípedos de Hong
Kong.
A capital de Xi Jinping afirmou, na
fala grossa das metrópoles, aos
corajosos habitantes de Hong Kong que eles não devem subestimar o "imenso
poder" do governo central da República Popular da China.
Já exasperada pela temida indômita
resistência da minúscula colônia diante de todo-poderoso Império, a R P C, e empós
mais um dia comprido, redundante de caos
e de nobre porfia nessa metrópole, ao
sul da China, com dignificante jornada de lutas na cidade costeira, assinaladas pela tenaz greve
geral e a paralisação dos meios de transporte, somadas à heróica conta de 148 presos
pelas forças ditas da ordem, só resta
ao governo central de Pequim senão partir para mais do mesmo, dessarte elevando timbre e tom, aferrando-se à força e seguindo
a confiar em mais ameaças para tentar ao cabo tentar lograr a salivada cessação
das manifestações de resistência, como se o mal-disfarçado apelo não refletisse
a ìnsita fraqueza de um oco império de burocratas, que teimam em prosseguir na
palinódia para que a heróica gente de
Hong Kong venha a curvar-se por fim ao diktat
de Beijing, e que, ao fim e ao cabo, ponham termo ao belo espetáculo da
própria resistência, cessando toda a labuta que os motivara até este presente
de lutas turrãs, teimosas e incessantes! Ora, pois como se um basta para tudo o
que fê-los agir até agora, fosse de molde a empurrar esta tropa de maravilhosas testemunhas da Democracia a que se
convençam, com a fronte erguida,
e nos lábios a sombra de um sorriso determinado, a por um fim a todo esse
maldita, desgraçada e infindável porfia, dando-lhes afinal a esses desgraçados
que cultuam a liberdade como se alguma coisa lhes desse, a par de esbanjada
força, extremada fadiga e talhos, macerações, inchaços e todas as outras nobres
condecorações da desesperada, infindável decerto, porém a mais dignificante de
que todas as medalhas que exibem os compostos dólmens dos uniformes das
ditaduras e das forças do império e do atraso.
(Fontes:
O Estado de São Paulo e todas as expressões da luta pela Liberdade)
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