quarta-feira, 7 de agosto de 2019

E segue a batalha de Hong Kong


                       
        Beijing partiu no dia seis de agosto para uma advertência/ameaça aos persistentes e infatigáveis manifestantes da antiga colônia britânica, os quais, contra toda expectativa e esperança, persistem no desafio aos milhares de apparatchicks do regime comunista, enquanto se aferram aos princípios da Liberdade e da Democracia com que lhes acenaram na virada do século, e os quais persistem a escrever nas diuturnas lutas sob a bandeira que para eles reluz nos paralelepípedos de Hong Kong.

           A capital de Xi Jinping afirmou, na fala grossa das metrópoles,  aos corajosos habitantes de Hong Kong que eles não devem subestimar o "imenso poder" do governo central da República Popular da China.

            Já exasperada pela temida indômita resistência da minúscula colônia diante de todo-poderoso Império, a R P C, e empós mais um  dia comprido, redundante de caos e de nobre porfia nessa metrópole,  ao sul da China, com dignificante jornada de lutas  na cidade costeira, assinaladas pela tenaz greve geral e a paralisação dos meios de transporte, somadas à heróica conta de 148 presos pelas forças ditas da ordem, só resta ao governo central de Pequim senão partir para mais do mesmo, dessarte elevando  timbre e tom, aferrando-se à força e seguindo a confiar em mais ameaças para tentar ao cabo tentar lograr a salivada cessação das manifestações de resistência, como se o mal-disfarçado apelo não refletisse a ìnsita fraqueza de um oco império de burocratas, que teimam em prosseguir na palinódia  para que a heróica gente de Hong Kong venha a curvar-se por fim ao diktat de Beijing, e que, ao fim e ao cabo, ponham termo ao belo espetáculo da própria resistência, cessando toda a labuta que os motivara até este presente de lutas turrãs, teimosas e incessantes! Ora, pois como se um basta para tudo o que fê-los agir até agora, fosse de molde a empurrar esta tropa  de maravilhosas testemunhas da Democracia  a que se  convençam,  com a fronte erguida, e nos lábios a sombra de um sorriso determinado, a por um fim a todo esse maldita, desgraçada e infindável porfia, dando-lhes afinal a esses desgraçados que cultuam a liberdade como se alguma coisa lhes desse, a par de esbanjada força, extremada fadiga e talhos, macerações, inchaços e todas as outras nobres condecorações da desesperada, infindável decerto, porém a mais dignificante de que todas as medalhas que exibem os compostos dólmens dos uniformes das ditaduras e das forças do império e do atraso.

(Fontes: O Estado de São Paulo e todas as expressões da luta pela Liberdade)

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