domingo, 11 de agosto de 2019

Ainda do Sínodo para a Amazônia


                        
        Em inequívoca resposta a setores da Igreja que levantam dúvidas sobre o Sínodo, o Papa asseverou nesta semana que a possibilidade de ordenar "viri probati" - geralmente idosos, ligados a comunidades amazônicas e de comprovada virtude - não será tema central do Sínodo, "É simplesmente um ponto do Instrumentum Laboris.  O foco são os ministros da evangelização e as diferentes formas de atuação", disse Sua Santidade, em entrevista publicada anteontem pelo jornal La Stampa.

            De forma mais direta, o Sumo Pontífice afirmou que a reunião é filha direta de sua Encíclica verde, a Laudato Si,  na qual expõe o planeta Terra como uma casa comum. "Quem não a leu, não entenderá o Sínodo", diz Francisco.  O Papa defendeu a Amazônia como parte importante a ser preservada, a exemplo dos oceanos. Sua perda, segundo ele, poderia levar à redução da biodiversidade e ao surgimento de doenças mortíferas.
  
            Na entrevista, o Sumo Pontífice, enquanto supremo chefe da Igreja Católica, não fugiu das discussões políticas na região, destacando v.g. que os governos locais devem responder diretamente sobre "as minas ao ar livre" que envenenam, por exemplo, os rios. "A ameaça à vida dessas populações e desse território envolve interesses econômicos e políticos dos setores dominantes da sociedade", afirmou o Santo Padre.

               No texto divulgado na Alemanha, na semana passada, o cardeal D. Cláudio Hummes também afirmou que é necessário confrontar "resistências" existentes " tanto na Igreja, quanto fora dela".  Para ele, "interesses econômicos e o paradigma tecnocrático se opõem a qualquer tentativa de mudança e estão prontos a se impor pela força". Ele fala ainda de crimes ambientais que ficaram impunes e destaca a necessidade de o encontro tratar de direitos humanos.

                Medalha.  Uma medalha cunhada especificamente para o Sínodo foi apresentada anteontem, na qual aparece imagem do trabalho missionário da Igreja na Amazônia,via rito do batismo e da eucaristia.

                 No seu texto oficial,o Vaticano  pondera que  "o enfoque missionário na Amazônia exige mais do que nunca um magistério eclesial na escuta do Espírito Santo, que seja capaz de assegurar tanto a unidade como a diversidade e, portanto, uma cultura de encontro em harmonia multiforme".

( Fonte: O Estado de S. Paulo )  

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