Com o apoio de Papa
Francisco, continuam os trabalhos preparatórios na Igreja para a realização do
Sínodo da Amazônia. Nesse contexto, as pessoas de boa vontade que buscam
informar-se sobre os preparativos e as discussões preliminares, seja em segmentos
eclesiais, seja na repercussão em áreas mais amplas, tenderão a impressionar-se com a reação negativa de alguns setores da Igreja.
Se
na palavra de um Santo, como João XXIII, muita vez os comentários, ainda que
não necessariamente favoráveis, podem ajudar em estender a compreensão e o consequente interesse de largos segmentos tanto eclesiais, quanto dos fiéis no que
tange a uma questão ou projeto.
Verifiquei em noticiário relativamente recente que a opinião na
Alemanha, máxime em círculos próximos da Igreja conservadora, tem-se mostrado
bastante negativa e mesmo hostil, quanto aos projetos e temas abraçados pelo
Sínodo da Amazônia, que parece inquietá-los demasiado.
A esse respeito, e o apoio e a atenção que Papa Francisco vem dando aos
trabalhos dessa importante iniciativa já deveriam constituir motivo suficiente
para que eles sejam vistos com a boa expectativa de que tal tema deva merecer.
A Amazônia é uma grande, decerto gigantesca região, e a sua maior parte
se acha em terra brasileira. Já os indígenas muito têm sofrido por causa da
invasão de áreas que lhes são consignadas por direito, pela ação de pessoas que
não respeitam os direitos do povo indígena, seja no aspecto espiritual, seja naquele
material, que também se estende aos seus direitos de ter o seu habitat respeitado.
Estou certo de que de todos os tópicos de
que se ocupará o Sínodo da Amazônia haverá espaço para uma melhor
inteligência, e consequente favorecimento, das etnias indígenas, e de o que
clama o Indigena de atenção,
consequente entendimento e a necessária proteção - relativa a todos os países
civilizados que ocupam segmentos da Amazônia.
Como o meu país é aquele que, em termos territoriais, abraça a maior extensão dessa gigantesca
região - que denominada de hyléa pelo grande sábio que foi o
barão von Humboldt, o que contribuiu para que a Amazônia viesse a fazer jus a
uma atenção acrescida - creio que maior atenção e a consequente compreensão da
relevância dessa área, que é também habitat
de indígenas devem igualmente merecer as atenções e cuidados especiais, em
termos de respeito humano, a par de continuada evangelização, além da abertura a
novos conheci-mentos, corolários esses de sua condição de nossos irmãos, o que ainda parece para muitos como terreno
defeso, que é fruto de inaceitáveis antecedentes, vítima inocente que o
indígena tem sido de outro apartheid,
que é o da floresta e o da consequente distância, que produz efeitos por vezes
ainda mais deletérios para o conhecimento.
Que os promotores desse magno acontecimento - na inspiração desse grande
Pontífice que é Papa Francisco - ganhem renovado ânimo, não só do apoio que
venham recebendo de círculos eclesiais, senão defronte de eventuais
dificuldades de um Tema grande, mas não isento dos obstáculos da incompreensão
e de sua irmã, a distância, que tem
reservado por vezes à criatura indígena dificuldades que outros habitantes desse século se julgam
por vezes isentos, esquecidos talvez que a Casa de Deus tem muitas moradas,
das quais algumas ainda padecem de restrições e dificuldades materiais. que o
Sínodo, em boa hora convocado por Sua Santidade, voltado que é para a
evangeli-zação do indígena, venha igualmente cuidar para que se criem condições
tendentes à criação de um espaço de comunicação menos cerceado pelos óbices materiais, e que torne possível o fortalecimento da evangelização do Indígena, não mais cerceada
por barreiras que o conhecimento do homo
sapiens tornou peremptas.
( Fontes: Evangelho; O Estado de S. Paulo )
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