sexta-feira, 16 de agosto de 2019

O frágil gabinete Johnson


                        

            A precária maioria de Boris Johnson em Westminster, e a sua disposição de ativar um  Brexit duro para a saída do Reino Unido da União Europeia - vale dizer sem acordos com a U.E. nem compromissos, como o negociado por Theresa May com as duas Irlandas, para resolver o problema aduaneiro - só lhe tem obviamente criado problemas, pois  acicata os ânimos  e torna a travessia da saída inglesa um poço de questões de árduo encaminhamento.

                  Já o temperamento do novel premier e a sua aparente predisposição ao blefe não é a melhor solução para o desafio do Brexit, que constitui decerto uma das mais estúpidas "saídas"  para esse enorme e inútil problema - surgiu de um erro incrível do medíocre premier Brad Cameron, arrastou-se igualmente com a fraca timoneira May,  e agora com a assunção do ferrabrás Boris Johnson, cuja maioria de um ao que parece desapareceu, a velha Inglaterra depende agora  de uma manobra do líder trabalhista Jeremy Corbyn, que sai à cata de votos para aprovar uma moção de desconfiança contra Boris Johnson . Com efeito, qualquer pessoa com um mínimo de juízo será propensa a dar-se conta a que nessa hora extrema falte ao premier a credibilidade necessária (a par dos votos) para tornar a travessia do Brexit uma saída no mínimo possível.
   
                   Imitando o nevoeiro que cercava as caminhadas na Londres do século XIX,  o Parlamento não parece oferecer muitas saídas para  dar consistência ao jogo de Jeremy Corbyn, para formar o seu gabinete, e a consequente deposição de Johnson, além de tornar real esse brexit na marra. para não dizer na falta de qualquer sentido de responsabilidade.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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