A
precária maioria de Boris Johnson em Westminster, e a sua disposição de ativar
um Brexit
duro para a saída do Reino Unido da União Europeia - vale dizer sem acordos
com a U.E. nem compromissos, como o negociado por Theresa May com as duas
Irlandas, para resolver o problema aduaneiro - só lhe tem obviamente criado
problemas, pois acicata os ânimos e torna a travessia da saída inglesa um poço
de questões de árduo encaminhamento.
Já o temperamento do novel premier e a sua aparente predisposição ao blefe não é a melhor solução para o
desafio do Brexit, que constitui
decerto uma das mais estúpidas "saídas" para esse enorme e inútil problema - surgiu
de um erro incrível do medíocre premier Brad Cameron, arrastou-se igualmente
com a fraca timoneira May, e agora com a assunção do ferrabrás Boris Johnson, cuja maioria de um ao que
parece desapareceu, a velha Inglaterra depende agora de uma manobra do líder trabalhista Jeremy
Corbyn, que sai à cata de votos para aprovar uma moção de desconfiança
contra Boris Johnson . Com efeito, qualquer pessoa com um mínimo de juízo será
propensa a dar-se conta a que nessa hora extrema falte ao premier a
credibilidade necessária (a par dos votos) para tornar a travessia do Brexit uma saída no mínimo possível.
Imitando o nevoeiro que cercava as caminhadas na Londres do século
XIX, o Parlamento não parece oferecer
muitas saídas para dar consistência ao jogo de Jeremy Corbyn, para formar o
seu gabinete, e a consequente deposição de Johnson, além de tornar real esse brexit na marra. para não dizer na falta
de qualquer sentido de responsabilidade.
( Fonte: O
Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário