domingo, 29 de outubro de 2017

Trump sua frio pela investigação de Mueller

             
            Como todo canalha sem escrúpulos, o presidente Donald Trump,  ao dar-se conta de que a investigação do promotor Mueller já reponta ameaçadora no horizonte, com a exposição dos estreitos laços de sua campanha presidencial com o Kremlin, evidencia o próprio crescente temor com chorrilho  de estapafúrdias acusações contra a candidata presidencial democrata, Hillary Clinton. Aproximando-se a hora da prestação de contas, não se peja de lançar-lhe calúnias desesperadas.  Elas são mostra tanto de sua falta de qualquer sentido ético, quanto da gravidade da própria situação, a medida que se desenha  o cenário de virtual bandido que vê aproximar-se, na imagem do justiceiro do Western, o marshal a cavalo, que dele se acerca rapidamente, com a grave, serena postura do homem da lei que se  apresta a levá-lo para responder pelo que fez de errado.
                Não trepida Trump em tentar safar-se do cerco da Lei ao recorrer ao respectivo repertório de infâmias contra a candidata democrata, ao passar para os asseclas republicanos a própria impaciência de que nada se faça para comprometer a antiga adversária. Dadas as respectivas e notórias limitações intelectuais, o acossado presidente só pode valer-se da simplicidade das mensagens do Twitter. Para ele, a salvação estaria que se atacasse com mais vigor a Sra. Clinton, enquanto esbraveja: Façam alguma coisa!
                Se nunca um vilão chegou tão longe e com tanto sucesso pelo menos até agora, é fácil de intuir-se a sua angústia, porque ele sabe o quanto o amigo russo lhe valeu quando se jogavam as sortes da corrida presidencial.
                 No seu desespero, ele volta a recorrer à sovada questão do emprego pela senhora Clinton de um servidor privado de computador, malgrado a circunstância de que o então diretor do FBI, James B. Comey tenha encerrado a investigação sobre o seu eventual emprego sem apresentar nenhuma acusação a respeito de impropriedade de uso pela senhora Clinton.
                   As contradições de Donald Trump também se mostram na sua tentativa inicial de apresentar a exoneração de James Comey como determinada pela maneira com que isentou a Sra. Clinton de responsabilidade no caso dos e-mails, para depois reconhecer que a demissão de Comey foi causada pela investigação sobre o envolvimento russo.
                      Essa tentativa desesperada busca em vão desviar o foco da investigação do promotor especial Robert S. Mueller III.
                       O objetivo  de parte do inquérito é examinar se houve colusão entre a campanha de Trump  e  Moscou, e se o Presidente obstruíu a justiça quando ele demitiu Mr Comey.
                         Segundo um furo da CNN que um grã-juri federal havia aprovado em Washington as primeiras acusações  na investigação de Mr Mueller, e que planos foram tomados para que os eventuais inculpados fossem detidos já nesta próxima segunda-feira.  Segundo a fonte CNN, o alvo das acusações não estava claro.
                          Vários comitês do Congresso - tenha-se presente que são todos com maioria republicana - empreenderam as suas próprias investigações sobre o envolvimento russo nas eleições, seguindo a conclusão das agências de inteligência dos Estados Unidos de que Moscou  procurou fazer balançar a disputa em favor de Mr Trump - uma ideia que ele tem frequentemente desmentido como se fosse uma empulhação.
                           Ty Cobb, o advogado da Casa Branca que trata da resposta para a investigação sobre a Rússia, disse que os twitters do presidente "não tinham relação com as atividades do Conselheiro Especial, com quem ele continua a cooperar."
                       Essas mensagens surgiram dias depois de que os deputados republicanos da Câmara anunciaram  que estavam abrindo investigações acerca de duas das queixas mais citadas de Trump: a investigação pelo Departamento de Justiça de Obama nos emails da Senhora Clinton e o acordo do urânio.
                         São inteligíveis as verdadeiras razões de Trump para alimentar essas investigações.  A Casa Branca reconheceu nesta sexta-feira que o presidente encarecera ao Departamento de Justiça que levantasse o segredo acerca de um informante numa investigação federal nas tentativas da Rússia de obter meios de acesso na indústria estadunidense de urânio na presidência de Obama.
                           Trump também se esforça, com a sua habitual falta de escrúpulos,  para sugerir  que as questões que ele vem levantando sobre a sra. Clinton deveriam fazer calar quaisquer alegações quanto às suas próprias (dele) , e por fim ao escrutínio acerca do envolvimento russo na eleição.
                              Para terminar, mais uma fonte republicana. A senadora Susan Collins,  do Maine, que é membro do Comitê de Inteligência, disse no programa da rede de tevê CBS  no domingo que embora ela tenha visto "muitas provas de que os russos estiveram muito ativos em tentar influenciar as eleições", ela ainda não encontrara "nenhuma prova definitiva de colusão."


( Fontes: The New York Times , CNN)

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