Agindo dessa forma, participando dos
pleitos, ela não passa de atriz que tem duplo papel em uma farsa. Porque no
país do ditador Nicolás Maduro, a oposição enfrenta um jogo trucado, no qual
não tem qualquer chance de vencer.
Dentre os seus principais atores, está
Henrique Capriles. Enfrentou o
candidato do situacionismo na presidencial de 2013, "perdeu" para Nicolás Maduro, e ainda por cima está
proibido pela Justiça (que também é dominada pelo chavismo) de tentar a reeleição ao governo de Miranda. Mas a proibição da "justiça" não
para por aí: por quinze anos, Henrique Capriles não pode candidatar-se a qualquer
cargo eletivo...
Parece piada, mas não é. Trata-se de
um jogo trucado, repito, e quando o candidato é "demasiado" popular, aí está
a justiça - que é também chavista- para "resolver" o problema.
Como um partido dito oposicionista pode
concordar com farsa desse jaez? Quando o
esquema do chamado Tribunal Supremo passou a ser empregado a torto e a direito
por Maduro, e as cínicas intervenções dos burocratas jurídicos desse Tribunal
dito Supremo, começaram a ratear, Maduro tirou da gaveta o truque da miniconstituinte,
um golpe ainda mais cínico do que o da hiper-lotação da Corte Suprema. Essa
constituinte, que desdenha o voto universal, tem a apavorante semelhança com as
cortes da Europa Oriental, nos maus tempos em que Moscou era a Meca do poder
absoluto por aquelas bandas.
O mais interessante (ou irônico) é
que os candidatos da oposição continuem a concorrer para outros postos eletivos
- como governos e assembléias estaduais - no que objetivamente estão fazendo o
jogo da ditadura chavista, que controla tudo, e só deixa "vencer" àqueles
candidatos mais cordatos e menos perigosos para o sistema.
Estão marcadas para este domingo as
eleições regionais, em que 18 milhões de venezuelanos estão convocados a
escolher 23 governadores (não se deve esquecer, porém, como dito acima, que Capriles, pela determinação da "justiça" está proibido de
concorrer, o que só se explica pelas demasiadas chances que tem de ganhar...) O distrito mais importante seria Aragua, mas
o resultado já sai desvirtuado, pois o candidato Ismael Garcia já virou postulante único, sob acusações de
fraude e sem o aval do Primeiro Justiça, do ex-candidato Henrique Capriles .
Em um cenário dominado pelo poder
chavista, e com a alegada desmotivação pelos magros resultados da onda de
protestos entre abril e julho[1], há muito desânimo nas fileiras
oposicionistas, e não se espera o que ocorreu com a votação, em 2015, para a
Assembléia, ganha pela oposição (Mesa da
unidade democrática - MUD)
( Fontes: O Estado de S. Paulo; Erich Marie Remarque, Nada de novo
na Frente Ocidental )
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