Apesar dos patéticos twitters contra Hillary Clinton (para ele, Hillary 171[1]), o noticiário se ocupa
basicamente de o que interessa, isto é, o envolvimento da gang de Donald Trump.
Paul Manafort já dispõe de currículo
para ninguém botar defeito, em termos de falta de escrúpulos e de lavagem de
dinheiro. Além da lista de ditadores corruptos para quem trabalhou, como Mobutu Sese Seko (Congo), Ferdinand Marcos (Filipinas), Jonas Savimbi (Angola), Manafort serviu
a outro governante - o presidente ucraniano Viktor Yanukovych- que
foi derrubado em princípios de janeiro de 2014 pela revolta da Praça Maidan, em
Kiev. A queda desse desonesto governante levaria gospodin Putin a
'castigar' a pobre Ucrânia, o que fez através da sucessiva invasão da Criméia[2], em retaliação pela ousadia do
povo ucraniano de livrar-se do corrupto (mas muy amigo de Rússia) Yanukovych. Isto sem falar da guerra civil que
subsidia contra a Ucrânia no leste desse país, que tem a pouco invejável
situação de colindar com o urso russo.
Manafort, que foi chefe de
campanha de Trump, é experto em lavagem de dinheiro, como as autoridades
americanas e, em especial, Mr Mueller
III, o Conselheiro Especial, que está fazendo ótimo trabalho contra a
turminha de Trump, que é notoriamente da pesada. A esse propósito, há rumores
de que o presidente, apesar de desmoralizado, pode intentar na base do desespero
a demissão de Mueller. Ironica e absurdamente, a legislação americana permitiria
tal absurdo, mas Mr Donald John Trump deve ter muito presente o que ocorreu com
outro presidente, Richard M. Nixon, que também pensou resolver os seus
problemas demitindo o fiscal que o acusava.
Como a história o comprova, esse expediente antiético de nada serviu a
Nixon, que, diante do quadro negativo arrasador, optou por demitir-se da
presidência para escapar da cadeia. (a continuar)
( Fontes: The
New York Times, CNN, O Globo, blogs
sobre a Ucrânia)
[1]
A frase ritual de Trump é 'crooked Hillary'. Não há uma tradução literal que me
pareça satisfatória dessa designação feita por alguém especialmente cínico e
parcial. Por isso, 'Hillary 171'
reflete melhor, a meu ver, a baixeza de Donald Trump.
[2]
Esta gravíssima infração de Putin contra a Ucrânia foi objeto de Recomendação
da Assembleia Geral das Nações Unidas, a qual foi aprovada pela maior parte dos
países. O Brasil, para vexame de sua
diplomacia se absteve, o que se deve à
ignorância da Presidente Dilma Rousseff e da fraqueza do então chanceler.
Página triste da história diplomática do Brasil, um país cujos limites foram
costurados pelo consenso e por grandes brasileiros, como Alexandre de Gusmão e os
célebres pareceres do Barão do Rio Branco, aprovados por decisões
internacionais.
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