terça-feira, 24 de outubro de 2017

O pensamento de Xi Jinping

                              

          Corrobora a relevância dada desde o início da assunção de Xi, como se representasse algo distinto das imediatas lideranças anteriores, o resultado ora atribuído ao papel e ao 'pensamento' de Xi Jinping.
          O Partido Comunista na China, como dirigente da Nação chinesa, tem a própria constituição, o que lhe dá a inegável condição de primus inter pares.
          Por outro lado, não é por acaso que a vinda de Xi tenha sido vista pela sociedade chinesa com atenção diversa da proporcionada aos ex-presidentes Jiang Zemin (o do incontrolado bocejo) e Hu Jintao.    

          Como se assinala, antes do advento de Xi, só existiam na carta do PCC o pensamento de Mao Zedong e a teoria de Deng Xiaoping.
          Acerca da contribuição do pensamento de Mao,  pode-se falar na relevância do pensamento desse ideólogo e das insanas ideias que trouxe para o PCC e o sofrido povo chinês.  Já no que tange a Deng, em blog anterior tive a oportunidade de referir-me à relevância do real contributo de Zhao Ziyang ao legado de Deng Xiaoping.  Como o futuro a Deus e à verdade pertencem, a presença de Zhao tenderá a crescer.  

           Quanto à real influência que a orientação de Xi imprimirá à China,só o futuro tenderá a dizê-lo. Verbosa e autoritária, a sua bagagem se afigura aos olhos do fiscal aduaneiro da História. No entanto,  é decerto demasiado cedo para emitir juízos. Para tanto, será necessário o transcorrer do tempo e o pesar na balança das próprias ideias.

           De Mao, resta o gigantesco retrato à entrada da Cidade Proibida.

           Os servidores do Poder bem sabem que o mais fiel agente de Xi foi  Wang Qishan, o executor  da limpeza no Partido,  afastando a corrupção e impondo disciplina.  Para ser coerente,  Xi precisa dar o exemplo e à custa do fiel Wang, esquecer qualquer jeitinho.

             O problema está na coerência. Quebrá-la pode ser corrosivo.  Mas mantê-la, tende a deixar amargo ressaibo.    
                             

( Fonte:  The New York Times )

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