Desde algum tempo esquecido, o
fugitivo Cesare Battisti é um dos
exemplos da sanha de certas áreas políticas. O Brasil passa como país tolerante
do dissenso e foi nessa condição que o presidente Lula, em um dos últimos atos
de seu governo, em 31 de dezembro de 2010, autorizou a permanência de Battisti
no Brasil.
O vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), para sua honra,
tem acompanhado o caso e apoiado esse desvalido. É de notar-se que, malgrado a
dita eterna periculosidade de Battisti,
ele está todos esses anos no Brasil, sem criar nenhum problema.
Por isso, há duas declarações de que
é recomendável ter presentes. Assim, o
advogado Igor Tamasauskas, responsável pela defesa de Battisti, afirmou
que ontem mesmo anexara notícias sobre a prisão aos autos do habeas corpus impetrado na semana
passada, no Supremo, com o escopo de evitar uma eventual extradição do
ativista.
A par disso, o supracitado Eduardo Suplicy, que acompanha o caso,
disse ontem que vai enviar carta ao presidente da República."Vou pedir que
Temer respeite a decisão do ex-presidente
Lula em relação à permanência de Battisti no Brasil. Não tem por que falar
em extradição porque os crimes supostamente teriam sido cometidos há mais de
trinta anos e estariam, portanto, prescritos."
É difícil aquilatar e, na verdade,
entender a maneira encarniçada com que segmentos da direita perseguem ao pobre
refugiado Battisti. Por mais que se lançem
sobre esse infeliz, ele - havido como de alta periculosidade - desmente pelo
comportamento a sanha da direita contra o próprio.
Endosso as palavras do hoje
vereador Suplicy em favor de Cesare Battisti. Este último, pelo seu
comportamento, tem mostrado o quão certos estavam aqueles que o protegeram ao
longo de todos esses anos, a começar pelo presidente François Mitterrand.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário