É assim mesmo, senhor revisor. Maduro, o
afilhado de Chávez, vai cair. Tão certo quanto dois e dois são quatro. Ainda,
porém, não se sabe quando, e aí está uma das grandes misérias de América
Latina.
Fabricam-se no ventre das ditaduras, como
esta, inventada pelo caudilho Hugo Chávez Frias, que, como todo homem forte
latino-americano, pensou que governava para a eternidade, e quando a doença sanhuda
lhe bateu às portas, deixou para Venezuela essa má caricatura, que, como sói
acontecer, só lhe copiou os defeitos.
A corrupção é a filha dileta da tirania.
O dito homem forte latino-americano se esquece das próprias origens - chega a
contrariar o seu próprio criador - acaso o medroso canalha Maduro não fugiu do recall, que Chávez enfrentara e vencera?
Os chamados homens fortes de Latino América já nascem fracos por
conta do povão que ignoram. No passado, os ditadores venezuelanos deixaram a
marca indelevel da pobreza espiritual e
criativa das oligarquias.
O atual - que, como os demais, age como se
tivesse longa a vida no poder - pelo consenso de sua própria gente, exagera e
muito, no suposto direito que se arroga de infligir o mal.
Dentre as tretas, que ao povo se contam,
está aquela que devem penar e duro laborar para merecer o paraíso. Mas que paraíso é esse, minha gente? Por certo, não é o do tirano Maduro, que de
corrupção e de negação se alimenta.
Negação? Pois não se trata apenas de enganar o Povão, mas é também
exigir-lhe que aguente o mau governo - o da hiper-inflação (e vá perguntar ao
quitandeiro se isto é invenção de economista, quando todas as prateleiras estão
vazias, limpas pela avidez, a incompetência
e a desonestidade da oligarquia?)
Da honestidade e da seriedade que há
muito desapareceu da canalha dominante, surge na curva do caminho, o governo de
Nicolás Maduro, um caminhoneiro, sim senhor, a quem ungiu o agonizante caudilho.
Espanta, senhoras e senhores, que tal
administração possa sobreviver nadando nas águas turvas da incompetência e da
bandalheira.
Será porventura ainda preciso
elencar-lhe os males, para que dos céus alguém se desprenda para cessar tanta
perversidade, tanta sofreguidão, e tal infame legado de miséria e de negação de
uma existência que pelo menos guarde algumas semelhanças com o país
subdesenvolvido à antiga, e regido por gente que algum respeito preserve pela
condição humana?
Pois não vou falar das vazias e
imensas prateleiras dos supermercados, pois a fome por vezes tem remédio. No entanto, a falta desses últimos pode
parecer ninharia, exigência besta de supérfluo conforto. Mas aqui não se trata
de analgésicos baratos, e sim de drogas farmacêuticas que respondem com respeito
à vida e não à morte. Na secreta fórmula que leva à falta de medicamentos em
hospitais e farmácias, os segredos se vão esvaindo com o fluxo dos crimes das
terras da corrupção.
E decerto não é desconhecida a razão dessa
criminosa ausência de medicamentos em hospitais e farmácias.
E todos os maus governos - e o de Nicolás
Mauro constitui, sem qualquer dúvida, o pioral - podem levar a tal miséria.
Para eles, depois da glutonia das
riquezas e da dinheirama amontoada com a pobreza alheia, cumpre agora
assegurar-se a continuidade, por mais difícil e improvável que ela se afigure.
Daí parte o tirano para o suborno
dos altos mandos, moeda de que pensa ainda poder dispor.
Ledo engano o teu!
Basta perlustrar qualquer manual
para que possas ler nas paredes do palácio - e escrita com bíblicas e garrafais
letras - a miséria do teu próprio destino.
( Fontes: O
Estado de S. Paulo; The New York Times; O Globo )
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