Segundo noticia o Estadão, a ex-procuradora-geral da Venezuela,
Luisa Ortega Díaz acusou a 19 do corrente a Odebrecht de tentar ocultar da
opinião pública casos de corrupção no governo da Venezuela.
Falando ao jornal Estado de S. Paulo, a senhora Ortega criticou a ação
da construtora brasileira no Supremo Tribunal Federal, em que a empresa
pede que a ex-Procuradora-Geral seja
impedida de divulgar informações sigilosas da delação da empreiteira.
Na mesma ação, a Odebrecht pede igualmente que a senhora Ortega devolva
todos os materiais que ainda possui e estão protegidos pelo segredo de Justiça.
Na ação em tela, que veio a público nesta quarta-feira, 18 de outubro, a
Odebrecht pede igualmente que a senhora Ortega devolva todos os materiais que
ainda possui e estão protegidos por segredo de justiça.
A ex-Procuradora-Geral divulgou neste mês, na sua conta do Twitter,
vídeo de delação do executivo Euzenando Azevedo. Em depoimento à PGR ele fala
sobre um pagamento acertado de US$ 35 milhões para a campanha de Nicolás
Maduro. A ex-procuradora afirmou que
iniciaria uma série de publicações de dados sobre a corrupção no governo
Maduro.
Para a senhora Ortega "o que a Odebrecht anunciou é
lamentável". "Mostra uma falta
de transparência, o que pareceria
persistir em suas práticas em favor da corrupção. Parte de seu
compromisso diante da Justiça era o de
apresentar tudo o que fosse necessário para erradicar esse mal nos países onde
operou."
Na avaliação da ex-Procuradora-Geral, a ação no STF não é coerente com
nenhum desses compromissos. "A ação pretende atacar quem mostra ao mundo
sua corruptela, no lugar de facilitar a obtenção da Justiça em todos os países
da região e de todo o mundo",
declarou a ex-procuradora.
"É curioso como esta empresa centro todos os seus esforços em não
deixar que sejam divulgado as provas da corrupção de sua organização na
Venezuela e, pelo contrário, promove a inação da Justiça em relação a Nicolás
Maduro e seus companheiros criminosos."
Segundo a Senhora Ortega, a publicação do vídeo de Azevedo era um dever
que ela tinha perante a lei venezuelana e a corrupção da empresa faz com que os
venezuelanos tenham direito de saber como ocorreu o pagamento de propinas no
país.
"Cedi as provas e a ação
investigativa ao Ministério Público brasileiro, que agora tem a possibilidade histórica de
processar os respon-sáveis por esses
fatos", disse a Procuradora.
"Na Venezuela, não há atualmente possibilidade de justiça. Tal é o
nível de caos institucional, que são os mesmos delinquentes apontados nesse
caso os que assaltaram o poder e tem o controle total dos organismos
jurisdicionais."
( Fonte:
O Estado de S.Paulo )
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