domingo, 24 de setembro de 2017

Significado da eleição alemã

                    
       Dentre os líderes ocidentais, Ângela Merkel (CDU) constitui quase uma exceção. No quarto mandato, ela será provavelmente reeleita, superando o adversário Martin Schulz, do SPD (social-democrata).
      Tem-se levantado na mídia muita especulação quanto ao possível retorno ao Bundestag (parlamento federal alemão) do AfD (Alternativa para a Alemanha). Para tanto, ele carece de superar a barreira de cinco por cento do total dos votos.[i]  Seria lamentável que um partido de extrema direita, na linha neonazista, consiga voltar ao Parlamento, o que é resultado da insatisfação do eleitorado, não com o governo da Merkel, mas com o número de imigrantes admitidos pela RFA - ao contrário de outros países ocidentais, que fecharam as portas para os desalojados pela guerra civil na Síria.

          É importante ter presente que esse AfD é um sucessor do Partido Nazista, aquele de Adolf Hitler, que fez a Europa e o mundo remergulhar em um novo conflito mundial, além de patrocinar a execrável solução final, vale dizer a perseguição sem quartel aos judeus, que causou o extermínio de mais de cinco milhões de pessoas. Que um partido como esse AfD (Alternativa para a Alemanha) tente voltar ao parlamento federal e - o que é pior - seja pronunciado com chance de lográ-lo, é um momento triste para a democracia alemã. Que 72 anos tenham passado da descoberta pela Humanidade dos execráveis fornos crematórios e campos de concentração nazistas não é tempo suficiente para que essa ideologia criminosa volte às assembléias.



[i] Ao contrário do Congresso brasileiro, que instituiu uma ridícula cláusula de barreira, que possibilitará o ingresso na Câmara de muitos nanicos.

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