O ex-presidente Rafael Correa deve estar
arrependido de sua decisão de afastar-se do poder e jogar todas as fichas na
eleição do sucessor. O seu plano era um período de estudos na Bélgica. Com
esforço lograra eleger presidente o próprio vice, Lenin Moreno.
Não estava nos planos de Correa que, após
lograr eleger o seu anterior vice-presidente como sucessor, este se haja
afastado das políticas de Correa. Moreno passou, inclusive, a investigar
aliados suspeitos de corrupção.
Correa, diante da autonomia do
sucessor, logo começou a desentender-se
com ele. Moreno diverge do ex-padrinho
em questões como economia, combate à corrupção e relações com a imprensa.
A crise entre Moreno e o antigo chefe,
Correa, ameaça fraturar o partido Alianza País, que é de esquerda. Ao assumir, Moreno prometeu realizar 'cirurgia'
contra a corrupção e estendeu a mão à
oposição, prometendo um governo de
união.
Consoante o sociólogo Simón Pachano, da
Flacso, Lenin Moreno tem posição diversa da de Correa no combate à corrupção:
"enquanto ele promete investigar as denúncias, Correa as jogava para baixo
do tapete."
A situação política naquele país andino
agravou-se com a decisão de Moreno de retirar as funções até então exercidas
pelo vice-presidente Jorge Glas. Este é da curriola de Correa, e está envolvida
em denúncias de corrupção. A Justiça
deverá determinar em breve se Glas será indiciado.
Correa promete voltar em breve.
Pretende impulsionar uma "Constituinte". Não está claro em que
condições, e se acaso tenciona imitar o exemplo de Nicolás Maduro, o que não
parece seja o caso, eis que por decisão própria Rafael Correa é no atual
momento um mero cidadão.
Quanto ao partido situacionista, a
tendência seria a de dividir-se entre os partidários do ex-presidente e
aqueles de Moreno.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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