sábado, 23 de setembro de 2017

Correa já quer voltar ao poder

                          

        O ex-presidente Rafael Correa deve estar arrependido de sua decisão de afastar-se do poder e jogar todas as fichas na eleição do sucessor. O seu plano era um período de estudos na Bélgica. Com esforço lograra eleger presidente o próprio vice, Lenin Moreno.
        Não estava nos planos de Correa que, após lograr eleger o seu anterior vice-presidente como sucessor, este se haja afastado das políticas de Correa. Moreno passou, inclusive, a investigar aliados suspeitos de corrupção.
         Correa, diante da autonomia do sucessor,  logo começou a desentender-se com ele.  Moreno diverge do ex-padrinho em questões como economia, combate à corrupção e relações com a imprensa.
        A crise entre Moreno e o antigo chefe, Correa, ameaça fraturar o partido Alianza País, que é de esquerda.  Ao assumir, Moreno prometeu realizar 'cirurgia' contra a corrupção  e estendeu a mão à oposição,  prometendo um governo de união.
        Consoante o sociólogo Simón Pachano, da Flacso, Lenin Moreno tem posição diversa da de Correa no combate à corrupção: "enquanto ele promete investigar as denúncias, Correa as jogava para baixo do tapete."
        A situação política naquele país andino agravou-se com a decisão de Moreno de retirar as funções até então exercidas pelo vice-presidente Jorge Glas. Este é da curriola de Correa, e está envolvida em denúncias de corrupção.  A Justiça deverá determinar em breve se Glas será indiciado.
         Correa promete voltar em breve. Pretende impulsionar uma "Constituinte". Não está claro em que condições, e se acaso tenciona imitar o exemplo de Nicolás Maduro, o que não parece seja o caso, eis que por decisão própria Rafael Correa é no atual momento um mero cidadão.
          Quanto ao partido situacionista, a tendência seria a de dividir-se entre os partidários do ex-presidente e aqueles de Moreno.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo  )

Nenhum comentário: