O assunto parece fora do tempo. Afinal,
o regime militar - que teve o mesmo tempo aproximado do fascismo de Mussolini
na Itália - de meados da década de vinte até a derrocada final em 1944 - perdurou
de 1º de abril de 1964 até o fim do governo Figueiredo.
O Brasil de hoje terá geração que viveu
nesse período sombrio, de cor cinzenta, e de falta de liberdade. A famosa
revolução me apanhou em Paris, onde estava lotado como Secretário de Embaixada.
Já me referi a vários episódios ligados à chamada 'Gloriosa', inclusive,mais
tarde, a estada de JK em Paris, quando tive a honra de voltar a vê-lo e até de
ciceroneá-lo pelo Bois de Boulogne e o Jardin de l'Acclimatation.
Mas são apenas reflexos de uma época
sobre o cinzento, com as cassações, as perseguições y otras cositas más que fazem parte de um longo vintênio com muita
ordem unida, repressão, tortura e morte.
Como assinala o Estadão, a Comissão de
Direitos Humanos do Senado convocou, por iniciativa do Senador Randolfe
Rodrigues (Rede - AP) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar
esclarecimentos sobre as declarações do secretário de Economia e Finanças do
Exército, general Antonio Hamilton Mourão, sobre uma suposta intervenção
militar no País.
Posteriormente, a convocação foi
transformada em convite, por sugestão do senador Sergio Petecão (PSD-AC.
"Conheço Jungmann já há muito tempo e tenho certeza que ele virá",
disse o Senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da Comissão de Direitos
Humanos.
Em entrevista ao jornalista Pedro
Bial, da TV Globo, o comandante do Exército brasileiro, General Eduardo
Villas-Bôas, minimizou as declarações de Mourão e disse que ele não será
punido, sob o argumento de que é necessário contextualizar a fala dele, que se
deu em ambiente fechado, após ter sido provocado (sic). "Ele (Mourão) não fala pelo
alto-comando,quem fala pelo alto-comando e pelo Exército sou eu", afirmou
Villas Bôas. (...) Na entrevista a Bial, Villas Bôas disse que "ditadura
nunca é melhor" e que é preciso entender que o regime militar (1964-1985)
ocorreu em um momento com a Guerra Fria e polarização ideológica. Hoje, segundo ele, o País tem instituições
amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser
tutelada.
Ainda sobre Mourão, Villas Bôas disse
que ele é "um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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