quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Golpe Militar ?

                                    

       O assunto parece fora do tempo. Afinal, o regime militar - que teve o mesmo tempo aproximado do fascismo de Mussolini na Itália - de meados da década de vinte até a derrocada final em 1944 - perdurou de 1º de abril de 1964 até o fim do governo Figueiredo.
       O Brasil de hoje terá geração que viveu nesse período sombrio, de cor cinzenta, e de falta de liberdade. A famosa revolução me apanhou em Paris, onde estava lotado como Secretário de Embaixada. Já me referi a vários episódios ligados à chamada 'Gloriosa', inclusive,mais tarde, a estada de JK em Paris, quando tive a honra de voltar a vê-lo e até de ciceroneá-lo pelo Bois de Boulogne e o Jardin de l'Acclimatation.
        Mas são apenas reflexos de uma época sobre o cinzento, com as cassações, as perseguições y otras cositas más que fazem parte de um longo vintênio com muita ordem unida, repressão, tortura e morte.
        Como assinala o Estadão, a Comissão de Direitos Humanos do Senado convocou, por iniciativa do Senador Randolfe Rodrigues (Rede - AP) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, para prestar esclarecimentos sobre as declarações do secretário de Economia e Finanças do Exército, general Antonio Hamilton Mourão, sobre uma suposta intervenção militar no País.
         Posteriormente, a convocação foi transformada em convite, por sugestão do senador Sergio Petecão (PSD-AC. "Conheço Jungmann já há muito tempo e tenho certeza que ele virá", disse o Senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos.
          Em entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo, o comandante do Exército brasileiro, General Eduardo Villas-Bôas, minimizou as declarações de Mourão e disse que ele não será punido, sob o argumento de que é necessário contextualizar a fala dele, que se deu em ambiente fechado, após ter sido provocado (sic).  "Ele (Mourão) não fala pelo alto-comando,quem fala pelo alto-comando e pelo Exército sou eu", afirmou Villas Bôas. (...) Na entrevista a Bial, Villas Bôas disse que "ditadura nunca é melhor" e que é preciso entender que o regime militar (1964-1985) ocorreu em um momento com a Guerra Fria e polarização ideológica.  Hoje, segundo ele, o País tem instituições amadurecidas e um sistema de peso e contrapeso que dispensa a sociedade de ser tutelada.
         Ainda sobre Mourão, Villas Bôas disse que ele é "um grande soldado, uma figura fantástica, um gauchão."


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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