Mitch McConnell, o
senador republicano e atual líder da maioria do GOP no Senado, afirmou anos
atrás que uma das missões que se impunha
dentro do Partido Republicano era criar condições para que Barack Obama
fosse presidente de um só mandato.
Todos sabemos quão importante é na
política estadunidense que, além de todas as vantagens que normalmente advêm
para o partido que logra emplacar oito anos na Casa Branca, está igualmente o estigma
que cai sobre a situação de um presidente - e, em verdade, nele próprio como
figura histórica - a circunstância de que não logrou cumprir a parte que lhe
cabia em trazer para os Estados Unidos a sua mensagem plena como Chefe de
Estado.
O ponto aqui não está na circunstância
de que McConnell não conseguiu transformar em realidade o seu sonho. Barack
Obama completou os seus períodos, e saíu com uma boa imagem e Administração que
logrou trazer para os Estados Unidos o ACA - a lei do tratamento de saúde
custeável.
Sobre o seu sucessor, alguém ainda
não se animou a declarar que se propõe trabalhar para que Donald Trump seja
presidente de um só mandato, assim como Buchanan foi, às vésperas da magna
crise da Guerra Civil americana.
Por ora, o Partido Republicano tem a
maioria nas duas Câmaras. A grande maioria das pessoas que têm algum
entendimento da política estadunidense sabe que a situação anormal - decorrente
do gerrymander na Câmara de Representantes - deverá um dia acabar. Quanto ao
Senado, se o Partido Democrata não atrapalhar muito, é possível e até provável
que os democratas recuperem a maioria no Senado. Para tanto, eles dispõem das
favoráveis condições de um governo inepto e confuso, como o é a Administração
Trump. Que isto vá bastar para termos novas caras e uma revigorada maioria do
partido de FDR no Senado é uma outra estória.
Se os democratas ao invés de
litigarem entre si e tentarem
entredevorar-se, e tratarem de levantar
uma candidatura séria e com possibilidades de aglutinar um apoio popular
depois do errático e incompetente governo Trump, já seria mais do que um satisfatório começo, pois com um bom desempenho nas eleições intermédias, já se terá meio
caminho andado.
Seria, outrossim, oportuno que os
órgãos da Secretaria de Justiça e mais instâncias competentes em assegurar
eleições limpas e livres de interferência de terceiros possam atuar de forma
competente, evitando grampos , inclusive de potência estrangeira - já seria um passo alvissareiro para evitar que o resultado possa ser maculado, como o terá sido em
2016.
Para que o Partido Republicano e a
direita americana não venham mais uma vez assegurar mais quatro anos de sólida
mediocridade e de ocasionais mesquinharias - como foi a de colocar a espada de
Dâmocles com a expulsão cruel de
possíveis eleitores que de repente se descobrem vulneráveis para serem
imoralmente expulsos dos Estados Unidos, que com Trump deixa de ser a terra da
esperança - como Obama havia criado condições para tal - e de repente este
presidente volta a manchar a tradição americana de acolhida aos imigrantes e
filhos de imigrantes, que para lá vão, com boa fé e trabalho, contribuir para a
prosperidade de Tio Sam.
Que país é este que escorraça
quem nasceu em terra americana, e se acreditava tão americano quantos seus
amigos?
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