O New
York Times em artigo se ocupa da chamada ala progressista do Partido
Democrata. Se há ainda debates sobre a eventual influência da corrente de Bernie Sanders no enfraquecimento dos
votos da candidata Hillary Clinton, a presença no partido dos simpatizantes liberal no sentido inglês de correntes que seriam chamadas de esquerdizantes em outras plagas, como é o caso da Senadora Barbara Warren, não se pode infelizmente descontar tal peso
negativo no que tange a eventuais representantes do Partido Democrata.
Bernie Sanders nunca fez segredo de sua
postura independente dentro do Partido Democrata, cuja linha eventualmente
segue como alguém que tem a própria agenda, e, por conseguinte, não é
exatamente um fator de união.
A
primeira mulher que concorreu com chances de vencer teve no pleito do ano
passado uma estranha coligação contrária. Fala-se muito de o que representou a
pra-lá de esquisita coalizão informal que levou um independente abrigado nas
fileiras do Partido de Abe Lincoln a colher mais um estranhíssimo triunfo, em
que é derrotado no voto popular - como o foi Al Gore pelo republicano George W.
Bush - e vence na votação do colégio
eleitoral...
Sanders tem demonstrado pelo seu
comportamento que é um independente, que, de acordo com a respectiva
conveniência, pode associar-se ao lado democrata, embora o oportunismo tende a
ser a respectiva estrela guia. Nesse ponto, sua postura, se não o aproxima, o coloca em
uma corrente oportunista, em que a linha partidária tenha a respectiva
ênfase reduzida, em prol das possibilidades de uma eventual utilização do peso
dos votos normalmente dirigidos para o partido de Roosevelt, mas que terá
sempre uma posição em que os respectivos interesses da candidatura superam
aqueles que movem o grande partido de massas que é o democrata.
Resta, contudo, difícil entender porque a
candidatura de Hillary Clinton não foi recebida dentro do Partido Democrata com
a necessária unidade. Nunca tantos movimentos autônomos - dissociados da linha
democrata - a combateram com um fogo e iniciativas que pouco ou nada tiveram de
"amigo". Para que um candidato tão ruim e tão desagregador quanto se
mostrara já na campanha eleitoral tenha sido apoiado por tantas alas dentro e
fora do Partido Republicano, tendem a levar qualquer observador que além de
objetivo, busque encontrar não só os moventes, mas também as razões que levaram
à surpreendente vitória de candidato manifestamente despreparado e
inferiorizado em relação à sua adversária não constitui uma tarefa inútil
quanto à determinação das circunstâncias de que Hillary Clinton foi prejudicada
intensa e intencionalmente em numerosos episódios, não porque era menos capaz
do que o adversário, mas pelo fato de constituir uma ameaça a sólidos interesses,
assim como tendente à criação de novas maiorias que não estavam nos cômputos da
coalizão que apoiou Donald Trump.
Há pressa em considerar Hillary
Clinton uma carta fora do baralho. Terá sido realmente o interesse da maioria do
Povo americano que prevaleceu na eleição de 2016, em que os mais estranhos bed
fellows - unindo de um lado o senhor de todas as Rússias, gospodin Vladimir Putin, e de outro a
ultra-direita do GOP - prevaleceram, com a oportuníssima ajuda do então diretor
do FBI, James Comey, que desrespeitaria todas as regras do Departamento de
Justiça para interferir tanto nos ataques a Hillary Clinton, no caso de
terminal privado de computador, quanto nas ainda mais estranhas advertências
aos votantes antecipados, sobre uma eventual descoberta no computador do marido
da ex-secretária de Hillary, descoberta essa que jamais se concretizou?
( Fonte: The New York Times
)
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