A "vitória" do Corinthians
sobre o Vasco da Gama, na Arena Corinthians (Itaquerão), com um gol de braço do
atacante Jô, validado vergonhosamente
pelo árbitro Elmo Alves Resende Cunha (de Goiás), mostra não só os padrões éticos
do futebol como é jogado no Brasil, mas também rasga e abertamente o cinismo do
atacante do Corinthians, que ri satisfeito com o fato de a arbitragem haver
validado o tal "gol". Não sei se a enésima e calamitosa gestão do Sr.
Eurico Miranda fará algo, mas é mais do que tempo de tomar atitude e não
agachar-se uma vez mais diante da "sorte" do Corinthians.
Não é muito popular a relembrança,
mas outra calamitosa presidência do CRVG, a de Roberto 'dito Dinamite', terá
encontrado contra os estranhos apoios e mais estranhos ainda eventos favoráveis
ao Corinthians naquele campeonato anterior em que o Vasto foi roubando por uma
aliança de poderes inconfessáveis, para tornar possível que a sua liderança em
pontos fosse 'comida' por uma série pontual de enganos de arbitragem. Somente a
estranha pasmaceira do dito presidente 'Dinamite' permitiria que o Corinthians
com a ajuda pontual dos órgãos competentes - todos eles sediados na Paulicéia -
fosse comendo a vantagem em pontos do CRVG no campeonato brasileiro.
E qual foi a resposta desse Senhor
dito Dinamite? Organizar uma espécie de exposição em que se aludia aos diversos
lances em que a liderança do campeonato
brasileiro foi roubada ao Vasco e depositada... no colo do Corinthians. E não é que este senhor, ao invés de agir com
a oportunidade e a energia que a dita conspiração pró-Corinthians havia
aprontado, e assim criar condições para que fosse premiado quem realmente era o
melhor time daquele campeonato, achou "mais elegante" montar essa
patética exposição em São Januário sobre o suposto "campeão
moral".
Não ouso querer determinar qual foi
a razão principal para que o então presidente do CRVG, Roberto Dinamite,
pensasse que seria "mais elegante" montar a tal exposição, ao invés
de protestar pelos meios cabíveis e ao
seu tempo devido, fazendo valer os mecanismos legais para que fosse
salvaguardado um lídimo direito, conquistado no campo e não em mutretas de
federação, quanto a quem era o legítimo campeão brasileiro daquele ano.
Com paredros como esses - e o que
tem feito o Sr. Eurico Miranda o recomenda também para um imediato afastamento
- não há assunto que ajude.
Gostaria de saber o que será
feito para protestar contra mais esse esbulho. É um verdadeiro escárnio que
tragam um juiz de Goiás para validar esse gol de Jô. Mas muito me surpreenderia
que esse acinte seja corrigido. A revolta do goleiro Martin Silva - que é
titular da Seleção Uruguaia - é compreensível. E aquela velha pergunta - sempre
irrespondida - que país é esse que acintes e vergonhas como essas passam por
gols legítimos. Como disse, no Congresso dos Estados Unidos, o procurador
militar Joseph Welch, diante de um dos últimos ultrajes cometidos pelo
demagogo Joe McCarthy:"será o que o
senhor não tem nenhum sentido da decência?"
Mal sabia o demagogo que a
sua hora soava naquele momento. O reino das mentiras de Joseph McCarthy terminaria
naquela audiência, diante da serena coragem de um então desconhecido auditor.
E quando a fraqueza de
dirigentes como Eurico Miranda - que tem sido verdadeira calamidade para o
Vasco da Gama - poderá sair, para que tal palhaçada e deslavada roubalheira
continuem a ser aceitas, acintosamente permanecendo, como se as regras mais
comezinhas não valessem para o Corinthians?
Será que não há Justiça desportiva nesta terra?
(
Fontes: O Estado de S. Paulo; audiências do Congresso
americano )
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