segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A entrevista de Hillary

                    

        Depois do longo silêncio da candidata do Partido Democrata, Hillary R Clinton, sua reaparição na longa entrevista para a CNN dá ao espectador a abertura que ele aguardava faz muito, embora, em muitos casos, sequer tivesse a noção de o que estava perdendo.
        Com o seu domínio das questões e dos tópicos, pela sua maneira incisiva e abrangente ao tratá-los, a imagem da candidata democrata se coloca através de um desenvolvimento natural, dada a sua percepção dos assuntos e das diversas matérias que fornecem a base para o debate, como uma oportunidade não de confundir o Povo americano, mas de tentar ler a campanha de 2016 pelo que ela realmente involuiria para ser: a sua brusca metamorfose final, com a maciça entrada de um poder adversário estrangeiro na campanha - o que jamais acontecera antes - em que o candidato Trump, se favorecido pelo rush final, em que a participação russa entra para confundir o eleitor americano através da desinformação sintonizada através do Wikileaks russo (e a participação de Julian Assange), a desestabilização introduzida por James Comey, do FBI, motivada  pela alegada misoginia desse diretor nomeado por Obama, entre outros fatores.
         Hillary fala igualmente do desprazer que teve com a atitude do concorrente Donald Trump, máxime no segundo debate, em que o republicano literalmente colocou na candidata, tentando tirá-la do sério, o que não conseguiu.
         Outros fatores que prejudicaram sua campanha foi a intervenção de Bernie Sanders nas primárias e de seu discurso opositor, pois, no entender de Hillary, Sanders não é um democrata, mas sistematicamente tentou valer-se desse canal que lhe foi oferecido na fase das primárias.
          Através da entrevista e dos inúmeros tópicos tratados - sem falar da vivência de Hillary na política americana, e na sinceridade com que admite eventuais erros - o telespectador terá a impressão de o que perdeu pelo vitória da coalizão Comey (misoginia), Putin (a primeira intervenção branca na política americana), as falhas do colégio eleitoral, um sistema ultrapassado que deveria ser arquivado,  a sua vitória no voto popular.
                 Hillary não faz nenhuma menção ao silêncio e à inação de Barack Obama. A sua descrição do concorrente é suficiente para mostrar-lhe as colossais deficiências.
                 Não é uma candidata derrotada que vem a público para lamentar-se e enrolar-se nos próprios erros. Sem deixar de admiti-los, ainda que incidentais, Hillary ressurge não só como a democrata que tem uma história atrás dela - sua participação ativa na campanha pró-impeachment de Richard Nixon, mas também com a ativa disposição de encarar os desafios do futuro e os eventuais erros do presente.
                  Em seu livro - What happened (O que aconteceu) - está a história da primeira mulher que concorreu como candidata de um grande partido - o Democrata - e que esteve perto de vencer a barreira tanto do preconceito, quanto das forças que se uniram para enfrentar o seu desafio.
                  Não é pouco que tenha vencido no voto popular, por oito milhões de votos. Como toda precursora, enfrentou o preconceito e as forças do atraso, além da primeira intervenção abusiva e ilegal das novas forças digitais no resultado de uma grande eleição.   


Nota. A matéria acima é retirada da entrevista de Hillary Clinton à CNN, assim como do programa preparado pela própria CNN, com as observações da candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos. A contribuição de minha parte teria decerto ganho em abrangência e nas referências aos diversos tópicos, se o livro What Happenned, de Hillary já me houvesse chegado às mãos, como antes era rotina da Amazon, com relação à qualquer compra naquela grande empresa livresca. No entanto, por causa do passado episódio dos roubos de diversos produtos (inclusive livros!) pelos meliantes no Rio de Janeiro, a antes rápida Amazon  submeteu a remessa dos livros a rotina bem mais lenta, a tal ponto que até a presente data nada recebi da Amazon (antes as encomendas chegavam em 24/48 hs. É de lamentar-se essa ulterior queda na qualidade de vida carioca, embora pelo tempo decorrido a Amazon tarde demasiado em entregar volumes já pagos por seus fregueses ).

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