Depois do longo silêncio da candidata
do Partido Democrata, Hillary R Clinton, sua reaparição na longa entrevista
para a CNN dá ao espectador a abertura que ele aguardava faz muito, embora, em
muitos casos, sequer tivesse a noção de o que estava perdendo.
Com o seu domínio das questões e dos
tópicos, pela sua maneira incisiva e abrangente ao tratá-los, a imagem da
candidata democrata se coloca através de um desenvolvimento natural, dada a sua
percepção dos assuntos e das diversas matérias que fornecem a base para o
debate, como uma oportunidade não de confundir o Povo americano, mas de tentar
ler a campanha de 2016 pelo que ela realmente involuiria para ser: a sua brusca
metamorfose final, com a maciça entrada de um poder adversário estrangeiro na
campanha - o que jamais acontecera antes - em que o candidato Trump, se
favorecido pelo rush final, em que a
participação russa entra para confundir o eleitor americano através da
desinformação sintonizada através do Wikileaks
russo (e a participação de Julian Assange), a desestabilização introduzida por
James Comey, do FBI, motivada pela alegada misoginia desse diretor nomeado por Obama,
entre outros fatores.
Hillary fala igualmente do desprazer
que teve com a atitude do concorrente Donald Trump, máxime no segundo debate,
em que o republicano literalmente colocou na candidata, tentando tirá-la do
sério, o que não conseguiu.
Outros fatores que prejudicaram sua
campanha foi a intervenção de Bernie Sanders nas primárias e de seu discurso
opositor, pois, no entender de Hillary, Sanders não é um democrata, mas
sistematicamente tentou valer-se desse canal que lhe foi oferecido na fase das
primárias.
Através da entrevista e dos inúmeros
tópicos tratados - sem falar da vivência de Hillary na política americana, e na
sinceridade com que admite eventuais erros - o telespectador terá a impressão
de o que perdeu pelo vitória da coalizão Comey (misoginia), Putin (a primeira
intervenção branca na política americana), as falhas do colégio eleitoral, um
sistema ultrapassado que deveria ser arquivado,
a sua vitória no voto popular.
Hillary não faz nenhuma menção
ao silêncio e à inação de Barack Obama. A sua descrição do concorrente é
suficiente para mostrar-lhe as colossais deficiências.
Não é uma candidata derrotada que vem
a público para lamentar-se e enrolar-se nos próprios erros. Sem deixar de
admiti-los, ainda que incidentais, Hillary ressurge não só como a democrata que
tem uma história atrás dela - sua participação ativa na campanha
pró-impeachment de Richard Nixon, mas também com a ativa disposição de encarar
os desafios do futuro e os eventuais erros do presente.
Em seu livro - What happened (O que aconteceu) - está a
história da primeira mulher que concorreu como candidata de um grande partido -
o Democrata - e que esteve perto de vencer a barreira tanto do preconceito,
quanto das forças que se uniram para enfrentar o seu desafio.
Não é pouco que tenha vencido
no voto popular, por oito milhões de votos. Como toda precursora, enfrentou o
preconceito e as forças do atraso, além da primeira intervenção abusiva e
ilegal das novas forças digitais no resultado de uma grande eleição.
Nota.
A matéria acima é retirada da entrevista de Hillary Clinton à CNN, assim como do
programa preparado pela própria CNN, com as observações da candidata democrata
à Presidência dos Estados Unidos. A contribuição de minha parte teria decerto
ganho em abrangência e nas referências aos diversos tópicos, se o livro What Happenned, de Hillary já me
houvesse chegado às mãos, como antes era rotina da Amazon, com relação à
qualquer compra naquela grande empresa livresca. No entanto, por causa do
passado episódio dos roubos de diversos produtos (inclusive livros!) pelos
meliantes no Rio de Janeiro, a antes rápida Amazon submeteu a remessa dos livros a rotina bem
mais lenta, a tal ponto que até a presente data nada recebi da Amazon (antes as encomendas chegavam em
24/48 hs. É de lamentar-se essa ulterior queda na qualidade de vida carioca,
embora pelo tempo decorrido a Amazon
tarde demasiado em entregar volumes já pagos por seus fregueses ).
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