A confirmação do governo de Ângela Merkel, com a sua vitória nas
eleições de ontem, 24 de setembro, com 32.5
da votação geral, mostra de um lado, as resistências encontradas (foi o menor total de apoio, se comparado com
as três eleições anteriores), e por outro, o inegável carisma da Chanceler.
Por sua vez, o parceiro na coalizão,
o SPD,
anunciou por intermédio de seu líder, Martin Schulz , que não seguirá na
grande coalizão, pois os 20% da votação recebida estão bem abaixo de suas
projeções. A mudança no cenário político germânico não cria maiores
dificuldades para a Merkel, que reconstituirá a necessária maioria com os votos
da CSU - que é a sucursal bávara da
CDU, esta última o partido da Merkel. Os
candidatos a formarem aliança com os cristãos-democratas estão entre os do FDP (FreiDemokratisch-Partei)
liberais e os verdes.
É inegável, no entanto, que os cerca de 13,5% obtidos pela AfD (Alternativa para a Alemanha)
colocam no Bundestag , que é a
Assem-bléia Federal, um partido da execrável linha nazista. É um fenômeno que
vemos, com os matizes nacionais, aparecer tanto na França, com Marine Le Pen, na Grécia,
com a Aurora Dourada, e, por conseguinte, não parece suscetível de ser
localizado.
A extrema-direita é, decerto,
particularmente incômoda - e pelas óbvias conotações, particularmente na RFA -
mas ela, em geral, responde a condições de inadaptação a certas situações,
como, v.g. , o aumento da presença de correntes étnicas em determinado país, em
que parte majoritária da população tende a vê-las como potencial ameaça. A res-posta
democrática, como é a da Merkel, será sempre a mais apropriada.
Tampouco
a postura do Presidente Trump é a mais inteligente, ao continuar - como agora
se verifica - a tentar criar óbices de imigração a estrangeiros, na linha da
ultradireita do húngaro Viktor Orban.
A sua primeira investida terminara, como se sabe, com a memorável resposta da
testemunha democrata às perguntas de Senador
Ted Cruz, republicano pelo Texas,
que teve de bater em apressada retirada, diante da inesperada e brilhante
réplica da testemunha, que havia sido sumariamente exonerada pelo Presidente
Trump, do seu posto interino na Secretaria de Justiça. O episódio em apreço foi
objeto de menção específica pelo blog.
( Fonte: The
New York Times )
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