No último dia
de sua visita aos Estados Unidos, Papa Francisco se reuniu com cinco vítimas de
abusos sexuais, cometidos por padres, professores ou familiares. O encontro
durou cerca de meia hora e foi mencionado pelo Sumo Pontífice na reunião que
teve, no seminário de São Carlos Borromeu, em Wynewood, com trezentos bispos.
A esse
propósito, o Papa disse: ‘Ficaram gravadas no meu coração as histórias de dor e
sofrimento dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes. Cubro-me
de vergonha, pois as pessoas que tinham sob sua responsabilidade o cuidado de
menores os estupraram e lhes causaram graves danos. Deus chora profundamente.
Prometo que todos os responsáveis prestarão contas.
“Devemos a
cada um dos sobreviventes e suas famílias nossa gratidão, por fazerem com que a
luz de Cristo ultrapassasse essa maldade.”
O referido
encontro com as vítimas foi organizado pelo cardeal Sean O’Malley, que lidera
comissão sobre abusos sexuais na Igreja Católica, e o arcebispo de Filadélfia,
Charles Chaput.
A reação de
algumas das vítimas e seus advogados denotou a própria insatisfação com as
observações do Santo Padre. Tais escândalos sexuais, que vieram à tona a partir
de 2002, sem dúvida afetaram a imagem da Igreja Católica nos Estados Unidos. Em
junho último, Papa Francisco aceitou a renúncia de dois bispos americanos
denunciados por negligência no caso de um padre preso por abuso sexual de
crianças.
Também neste
domingo, dia 27 de setembro, o Pontífice
visitou a maior prisão de Filadélfia, onde manteve encontro com cerca de cem
prisioneiros e os respectivos familiares.
O último
compromisso público do Bispo de Roma foi missa diante do Museu de Arte de
Filadélfia, a que compareceram dezenas de milhares de fiéis.
Ao final
desse evento, foi anunciado para Dublin, Irlanda, em 2018, o Próximo Encontro
Mundial de Famílias.
Por volta de
oito horas da noite, hora local, Sua
Santidade embarcou no avião da Alitalia
que o conduzirá a Roma. Papa Francisco,
que é pessoa de saúde frágil, porém grande determinação, mostrava o cansaço
causado pela intensa visita pastoral a dois países – Cuba e Estados Unidos.
Mas como
sempre, ele deixa a marca da simpatia, ardor pastoral e estreita comunicação
com os fiéis. Compreende-se que é impossível satisfazer a todos, mas o balanço
de seu apostolado nesses dois países tão diversos e antes opostos, se mostra
largamente positivo, e há de afetar de forma satisfatória mesmo àqueles que
semelham esforçar-se em ver certos acontecimentos sob as lentes embaçadas da
inconformidade de princípio.
( Fonte: Folha de
S.Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário