Na velha e
provada hora de a onça beber água, a presidenta terá cedido a vez a quem tem
experiência política. Além da alvitrada influência política referida nos blogs sobre o esvaziamento em curso da Lava Jato, que a votação de ontem do
Supremo, desencadeada por inesperado despacho do Ministro Teori Zavascki,
dá pesadas e ominosas indicações, é mister assinalar que há outras mudanças nos
ventos da crise.
Não foi decerto
por feliz e inesperada convergência de interesses coincidentes que nos últimos
dias o Governo Dilma II venceu na
batalha dos vetos a projetos da pauta-bomba, como na ressurreição do fator
previdenciário (com os renovados votos do PSDB, com apenas uma exceção!).
Essa guerra não
está ainda terminada, eis que falta o veto a aumento desproporcional (à vista
dos demais servidores públicos) concedido ao Poder Judiciário, a instâncias de
seu atual presidente Ricardo Lewandowski. Nesse Congresso
das quartas-feiras, as decisões, mesmo as mais importantes, carecem de ser
escalonadas em mais de uma semana, eis que Suas Excelências, apesar da gorda
remuneração, só prestam expediente integral no meio da semana.
As coisas mudam
no panorama ministerial. De repente, o
antes petrificado front mostra sinais
de movimentação e se sente não mais a
inexperiente dílmica rigidez, sob a canhestra orientação de sua Casa Civil. Ao
invés das antes lúgubres perspectivas, o governo vence na batalha dos vetos e,
oh surpresa!, no fantasma da Lava-Jato, a que, em céu sereno, de repente ameaça
a exitosa operação – que se aproximava de alvos intocáveis – com o seu
anunciado possível fatiamento e o esvaziamento do juiz Sérgio Moro.
A quem terá
assustado a fala dos procuradores que insinuavam investida contra o intocável?
Por outro lado,
terá sido o espírito-santo que aclarou as idéias e a turrã teimosia da
inexperta Soberana que crê tudo saber, mas em verdade mal domina o bê-a-bá da
velha politicagem? Pois em céu não tão sereno,
a quem se deve a súbita generosidade das pastas da Saúde e da Infraestrutura?
Todos sabemos o quanto é importante para o PMDB
de Michel Temer avançar no seu programa com ministérios de gordas verbas
para o bem do Povo brasileiro.
Mas quem, nesse claudicante governo de
ideias, terá vindo com tais sugestões em tão boa (ou má) Hora?
( Fonte: O Globo
)
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