A Multiplicação dos Impostos
Há 92 impostos
no Brasil e, em breve, teremos mais um, que não será a CPMF , pois esta depende de discussão e aprovação pelo Congresso,
enquanto o FGTS de empregada doméstica já se acha em fase final de
regulamentação, e é assinalado que esse novo ‘simples’ deverá ser pago nos
primeiros dias de novembro.
O imposto foi negociado
pela deputada Benedita, que foi governadora como vice de Garotinho.
Em termos de
carga tributária, o Brasil está em trigésimo lugar, com índice de 137,94. No momento atual, a carga
tributária está nos 35% atuais. Já na década de l980, ela estava em 22% do PIB. Essa carga cresce, por inércia, sem que haja
um plano, uma orientação, um projeto abrangente
Não há lógica na distribuição por categoria nos tributos. Assim, no
Brasil, os impostos sobre o consumo equivalem a 70% da arrecadação (as taxas são altas mesmo sobre remédios, quando
deveriam ser mais baixas, por óbvia utilidade social).
Do modelo
patrimonial e das ameaças de derrama (cobrança indiscriminada) ao monstro
hodierno, a única diferença é o tamanho, pois o sistema tributário brasileiro
se distingue pela circunstância de ser um modelo agregado que, como os parasitas atacam o bestiame, ele é um
verdadeiro Frankenstein, por ser composto por adição, enquanto também tem a ver
com as forças virais ou parasíticas que atacam a sua presa – no caso o Estado
brasileiro na sua expressão demográfica – e a sugam com a intensidade desses
micro-organismos, mas tampouco sem obedecer a qualquer plano racional no seu
emprego.
No aspecto primitivo, o antissistema tributário
brasileiro é um elefante na sala de visitas. O chamado impostômetro é o seu
retrato sem retoques. Como o abraço do tamanduá ele sufoca os respectivos
objetos de cobrança, que são, na
verdade, as suas vítimas. Pela sua falta de discernimento e a ausência de
qualquer sentido para desenvolver a economia, com vistas a torná-la mais
produtiva e competitiva ele é a própria contradictio
in adjectio.
Somente se o
comércio exterior voltasse a seguir a norma mercantilista – procurar obter o
máximo de seus parceiros no escambo, enquanto cria toda espécie de dificuldade
nas importações, como se o intercâmbio pudesse desenvolver-se através desse
método canhestro: enquanto tenta maximizar os próprios lucros, busca diminuir
de todas as maneiras as vendas do respectivo parceiro. E, sem embargo, mesmo
esse método primitivo do antigo mercantilismo é superior ao sistema ,em
Pindorama, de impostos, taxas e tributos. Eis que, ainda que torpe e
rudimentar, existe um plano no sistema mercantilista, plano esse que não é discernível
no agregado tributário brasileiro.
É verdade que
o primarismo do antissistema tributário brasileiro serve um princípio, que é
aproximá-lo do velho patrimonialismo. Pela sua falta de lógica, pela ausência
de qualquer princípio de ordenação empresarial, além de não estar em condições
de servir como um estímulo para a produção, esse antissistema dá as mãos à
corrupção e ao desperdício dentro da norma patrimonialista.
Lewandowski e o esvaziamento do CNJ
Depois da gestão
do Ministro Cezar Peluso, como
presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2010 a 2012, que procurou enfraquecer o Conselho através
de emenda constitucional, as presidências de Ayres Brito (2012) e de
Joaquim Barbosa (2013-14), procuraram, na linha de seu criador Nelson Jobim
prestigiar o CNJ. Desde a assunção, no entanto, do Ministro Ricardo Lewandowski o Conselho
vem sofrendo um enorme esvaziamento, que corresponde, ao que tudo indica, aos
desejos corporativos do atual presidente do Supremo. Para desdita do CNJ,
Lewandowski ainda tem um ano à frente do Supremo e, por conseguinte, também do
Conselho.
De início, é
notório o esvaziamento infligido pelo Presidente Lewandowski a esse órgão
planejado como de controle externo da magistratura. Assim, o ex-conselheiro
Gilberto Valente Martins, promotor de Justiça do M.P. do Pará aponta o
congestionamento da pauta do CNJ como exemplo de que a questão preliminar não
tem prioridade na gestão Lewandowski.
De acordo com
Valente, Lewandowski descumpriu o regimento
interno em várias ocasiões, suspendendo reuniões administrativas do colegiado
e, a título de prestigiar a autonomia dos tribunais estaduais, criou uma
expectativa de certa blindagem nessas cortes, e não apenas no aspecto
disciplinar.
Para Martins,
a ‘fila de julgamentos’ do Conselho nunca esteve tão congestionada nos últimos
dez anos quanto agora, nessa gestão. E o que é pior, o regimento não tem sido
cumprido. Assim, o presidente escolhe questões de menor importância, que passam
à frente. Assinalando que não se recorda
de que o regimento não tenha sido cumprido em outras gestões, há liminares
deferidas há meses que não foram ratificadas na sessão seguinte, como
determinam as regras do CNJ. Lewandowski também suspendeu o sistema eletrônico
que permitia aos conselheiros acesso
prévio aos votos dos pares. Era uma forma de agilizar os julgamentos pelo
plenário no dia seguinte.
O
ex-Conselheiro Martins cita outra característica da atual gestão que tem
prejudicado a produtividade do CNJ: “Na gestão do Ministro Joaquim Barbosa
(imediatamente antecedente à de Lewandowski), as sessões começavam pela manhã e
entravam no início da noite. Hoje, são realizadas apenas à tarde.”
O
enfraquecimento do CNJ também atua na gestão Lewandowski, através da baixa
prioridade concedida à questão disciplinar (na contramão das gestões de Ayres
Britto e Joaquim Barbosa, que davam prioridade ao julgamento de questões
disciplinares). “Essa política não-intervencionista do CNJ, adotada pelo
presidente Lewandowski a título de prestigiar
a autonomia dos tribunais (estaduais), criou o sentimento geral de que o
CNJ irá cobrar menos dos tribunais e exercer um controle menor. Esse sentimento
cria uma expectativa de certa blindagem dos tribunais. É um sentimento generalizado
que pode enfraquecer o CNJ.”
Continua o reforço do ISIS
A despeito do
empenho ocidental em barrar as correntes de reforço ao Exército Islâmico, cerca
de trinta mil jovens e menos jovens
lograram infiltrar-se no território sírio sob controle do ISIS.
O esforço conjunto no Ocidente de
dificultar o acesso dessa migração na sua maioria jovem àquelas regiões hoje
sob controle do islamismo radical vem produzindo, pelo visto, resultados
decepcionantes.
Além de
surpreender que a ideologia e a visão do mundo dos partidários de al-Baghdadi
(o atual califa do E.I.) continuem a exercer atração sobre jovens e também
menos jovens, malgrado os obstáculos colocados na Europa e Estados Unidos a
esse movimento migratório.
O que
fundamenta tal poder de atração? Por que entidade tão obnóxia e contrária à
civilização ocidental continua a atrair essa faixa do chamado proletariado
interno do Ocidente ? Enquanto aumenta o número de refugiados sírios que
debandam do inferno do ditador alauíta, e que acorrem para o Ocidente, persiste forte a atração para certas faixas do
proletariado interno do Ocidente para tal movimento que vai um tanto paradoxalmente na contra-corrente
do êxodo da população síria dos antigos domínios de Bashar al-Assad.
Será que os trinta mil que, apesar de todos os intentos em dissuadi-los, persistem na disposição de aumentar a população sob o controle do ISIS, não estariam expondo uma fraqueza do Ocidente, em que, segundo a incômoda evidência, ele não se mostra como verdadeira terra de acolhimento e boas perspectivas para essa gente que, contra riscos enormes, se dispõe a tentar viver no califado de al-Baghdadi ?
( Fontes: Folha de S.
Paulo, O Globo, The New York Times )
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