Conflito na Síria
Em artigo publicado em O Globo,
o jornalista Rasheed Abou-Alsamh descreve o deprimente quadro do conflito na
Síria. O principal causador de todo esse movimento migratório na atualidade é,
como se sabe, o ditador Bashar al-Assad. Ele se mantém (precariamente) no
poder, graças ao apoio militar da Rússia
(como já noticiado no blog, Putin constroi importante base militar em Latakia) e do
Irã. Para os ayatollahs, a ditadura de Bashar (mesmo em território bastante
diminuído no oriente pelo ISIS) tem interesse estratégico por apoiar a facção xiita
Hizboulah no Líbano.
Obama afinal concordou em conversações
entre militares de Rússia e EUA. Como assinalei em comunicação sobre o assunto,
o presidente russo desejou instrumentalizar, em nível de chefe de estado, a
conferência entre Moscou e Washington. Muito provavelmente, as ‘conversações’
dele com Obama pretendiam iniciar a volta em estilo de Moscou à normalização
das relações com os Estados Unidos.
O presidente estadunidense não caíu na
esparrela, e a coisa está sendo tratada em nível não de chefe de estado (a
jogada de Putin), mas em reuniões de forças militares.
E como são divergentes e mesmo opostos os interesses respectivos ! Vladimir
Putin apóia o tirano Assad, e o seu auxílio de caças e mísseis está sendo
regiamente pago com a cessão de mais uma base da marinha russa no Mediterrâneo
oriental. Quanto a Barack Obama, o apoio à declinante União dos Rebeldes, fica mais no plano do discurso. A decorrente
falta de esperança do povo sírio empurra esses infelizes, abandonados pela sorte, para tentar no desespero, a vida na Europa
Ocidental, nas condições de todos conhecidas.
Pelo recuo de Obama – que, como já
assinalei - e por mais de uma vez - preferiu não apoiar a Liga independente
síria, o que enfraqueceu muito os rebeldes apoiados pela Liga Árabe – e o
resultado, com o inominável sofrimento imposto ao povo sírio (Assad usa a sua
nova aviação, presente de Putin, e os respectivos armamentos, para infernizar os
assentamentos rebeldes que ainda resistem nas cercanias de Damasco).
A consequente crise dos refugiados
sírios – que se seguiu às levas vindas da África sub-saarica – é o novo
problema humano, agravado pelo egoismo do regisme fascistoide de Orban na Hungria, e
pela má vontade dos estados balcânicos. A Alemanha é o único país na Europa que
tem evidenciado disposição positiva e humana para com essa onda de miseráveis que fogem do inferno sírio de Assad (gerada,
é bom que se repita, pelo ditador Bashar al-Assad, que fica cada vez mais feroz
à medida que mais terras lhe são arrancadas). O trágico nessa opera-bufa é que
se Assad houvesse caído, a guerra na Síria teria terminado, o E.I., ou lograria
espaço residual para instalar-se, e se envidariam esforços para que esse antigo
país conhecido como terra de passagem continuasse vivível para o povo sírio.
Os protestos de Dilma Rousseff
Dilma, que vai sendo
acuada pelo sentir da sociedade e de grande parte das forças políticas, tenta
ecoar e repisar estranha tese: considera o avanço dos movimentos pró-impeachment com
preocupação e não cessa de utilizar a tribuna do momento como veículo de seu
ataque ao que classifica de golpe contra
a democracia.
Para angústia de quem se
intitulou Presidenta, não obstante tais implícitos apelos, o movimento continua
a crescer, com a conscientização pela sociedade de que ela é a principal responsável pela
gravíssima crise que avança no Brasil.
Há muita diferença entre chefe
de governo submetido a um processo partidário adverso – a quem a oposição
deseja afastar por diferenças de opinião política e cálculos de vantagens em se
apossar do governo, como foi, v.g., o caso do intento do GOP contra Bill Clinton, que fracassou por não ter ressonância junto à opinião pública americana – e a situação presente, com grave crise causada pelas
leviandades dessa senhora, que desde cedo passou a reservar à inflação apenas
um combate retórico, e retomava procedimentos a que o povo brasileiro pensara estar
livre desde a criação do Real. A essa pesada responsabilidade, se ajunta a
crise do Petrolão, com o ataque à nossa maior empresa.
E a incompetência no governo
Dilma II semelha enfermidade infecto-contagiosa, eis que o Ministro Joaquim
Levy, a quem a sociedade aguardara com
imenso crédito de confiança, parece ora cair no ramerrame dílmico, enquanto o
seu colega, Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, depois de puxão
presidencial de orelhas sobre cálculo de
salário mínimo, se tornou dócil servidor da Presidente, culminando no incrível encaminhamento ao Congresso Nacional de projeto de
orçamento com trinta bilhões de déficit,
néscia e incrível provocação, o que iria determinar a perda do grau de
investimento, um recuo desastroso para o Brasil.
A tática de apresentar-se como
vítima de um conluio não impressiona a ninguém. Por outro lado, quem ousaria
chamar de golpista ao Dr. Helio Bicudo,
homem íntegro (abandonou a nave petista aos primeiros sinais do Mensalão) e de
uma trajetória política que o põe no nível dos varões de Plutarco ?
( Fontes: O Globo, Folha de
S.Paulo )
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