Viagem de Papa Francisco aos Estados Unidos
Retomando prática
de seus antecessores, foi anunciada a próxima viagem de Papa Francisco. Ele irá
aos Estados Unidos neste setembro, chegando a Washington na terça-feira, 22 de setembro,
e está marcado o encontro com o Presidente Barack Obama, na Casa Branca na
quarta-feira, 23 de setembro.
Segue-se a
escala a New York, ao ensejo de nova sessão da Assembleia Geral das Nações
Unidas. Chegado a 24 na metrópole americana, tem encontro com líderes mundiais
na sala da Assembléia Geral das Nações, às 8.30 hs, de 25 de setembro.
Por fim, visita
Filadelfia de 26 a 27. Nessa escala está previsto o Encontro Mundial com as
Famílias, reunião trienal iniciada por João Paulo II em 1994.
A três anos do
início de seu pontificado, somente agora Papa Francisco visita os Estados
Unidos, o que é interpretado como mudança nas prioridades pontifícias, com
relação a seus predecessores.
As Agendas Secretas da VEJA
A VEJA desta semana se ocupa de o que
chama as Agendas Secretas. Reporta-se às idas e vindas na relação com o Vice Michel
Temer. Assim explica a resistência da Presidente Dilma Rousseff à combinação de recessão econômica com falta de
apoio popular, parlamentar e empresarial graças à ajuda do ex-Presidente Lula e do vice Michel Temer
(PMDB-SP), que atuaram como anteparos às pressões para que ela renunciasse ou
fosse apeada do cargo.
Na
interpretação da revista, conhecedora da respectiva fragilidade, ela voltou a
rezar pela cartilha do antecessor, assim como delegou poderes a Temer, a quem
ignorara solenemente desde o primeiro mandato.
Tudo ía bem no que tange ao Vice-presidente, até ele dizer em entrevista
que, para superar a crise, o país precisava de alguém para reunificá-lo. Seria
como ele se apresentasse como novo Itamar Franco, o vice que em 1992 assumiu,
com o impeachment de Fernando Collor.
A partir
desse dia, de novo Dilma esvaziou as atribuições do vice. Nem para reuniões com peemedebistas Temer
seria convidado. Quebrado de novo o
cristal, não se fariam esperar as repercussões da ruptura.
Na semana
passada, Temer, conhecido pela discrição e moderação, desferiu duro golpe
verbal na mandatária. Em palestra para empresários, prontamente divulgada pela
mídia, o vice disse em suma ‘que ninguém vai resistir três anos e meio com esse
índice baixo.’
No cálculo
governista, se contar os préstimos de Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros
(PMDB-AL), presidente do Senado, Dilma terá chance de conter eventual
conspiração de Temer. Na audiência no Planalto com a Presidente, ela e Cunha
concordaram que têm de unir esforços
para reequilibrar as contas públicas e sanar o rombo no Orçamento da
União de 2016. A encetada reconciliação teria sido adoçada por declaração da Presidente a Eduardo
Cunha que, pelo que ela conhecia do processo, não há provas de que ele tenha
recebido cinco milhões de propina do esquema do petrolão.
VEJA
também relata o que teria sido visita de Lula
da Silva ao Planalto para se reunir com os senadores do PMDB. Com Renan
como anfitrião, o ex-presidente disse
que os comandantes dos três poderes deveriam trabalhar juntos para debelar ‘irregularidades’
e ‘arbitrariedades’ cometidas na Lava-Jato e a tentativa de
criminalizar a atividade política. Decerto, não era a preocupação institucional
que parecia. Com medo de ser preso, ele
queria mesmo era a formação de um ‘cordão sanitário’ que livrasse os poderosos
dos pecados cometidos no Petrolão. Para
Lula, para que a gestão desse certo, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski
deveria ser procurado. E assim foi feito. Na sua ida ao encontro dos Brics na
Rússia, Dilma fez escala em Lisboa, onde se encontrou com Lewandowski,
acompanhada do Ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. Em tese, estava na pauta a proposta de reajuste dos
servidores do Judiciário, mas na prática, consoante assessor palaciano: “a presidente
foi a Portugal pedir a Lewandowski que ajudasse Eduardo Cunha, O plano era criar rede de
proteção para ele e o Renan.” A turma do Palácio também não
esqueceu de tentar incluir na reunião o ministro
Teori Zavascki, que é o relator dos processos da Lava-Jato, que foi
convidado a participar da conversa “sobre reajuste salarial” em Portugal.
Zavascki, que sabe muito bem onde pisa, se negou a fazê-lo.
Gilmar
Mendes, Ministro do Supremo e ora preparando-se para cumprir o seu
dever regulamentar de presidir o Tribunal Superior Eleitoral (ele foi o único
Ministro do TSE a votar em favor do registro do partido Sustentabilidade de Marina
Silva) teve arquivado pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo
Janot, pedido que investigasse uma das empresas fornecedoras da
campanha de Dilma.
Consoante a VEJA, “Janot, que além de Dilma, tem sob sua caneta o futuro
de muitos políticos, não só arquivou o pedido, como acusou a Justiça Eleitoral
de ser ‘protagonista exagerada’ da democracia.”
No
entanto, sempre segundo a citada revista, ‘a
tréplica de Mendes foi à altura. “O procurador deveria se ater a cuidar
da Procuradoria-Geral da República e
procurar não atuar como advogado da presidente Dilma.”
Nem no Sete de Setembro
Sempre
pronta em seu primeiro mandato a multiplicar as suas intervenções em cadeia
nacional, os sete dígitos de aceitação motivam agora a Presidente Dilma
Rousseff a evitar vir à habitual tribuna mesmo no Sete de Setembro. Com isso, a Primeira Mandatária deseja evitar
mais um panelaço pela população. Os
próprios assessores palacianos reconhecem que não há “o menor clima” para uma
fala da petista em rede nacional.
Assim, a presidente gravaria mensagem neste sábado no Palácio da Alvorada,
com a sua veiculação restrita à internet, de acordo com o figurino reduzido já
aplicado no 1º de Maio.
Nada
como um dia depois do outro. Quem tão sôfrega era para discursar à Nação a
propósito de qualquer data, agora tem de satisfazer-se com recatada (e forçada) moderação de fala pela
telinha da tevê.
Outros efeitos da Fala de Temer ?
A
respeito da prerrogativa do Presidente da Câmara de dar o primeiro passo para
abertura de processo de impeachment no Congresso, ao dar condições para que a
Câmara analise o pedido. Há uma
estratégia alternativa, mencionada por matéria de Daniela Lima, na Folha
(Poder A-5), em que Eduardo Cunha recusaria um dos pedidos recebidos pela
Câmara e alguém recorreria diretamente
ao plenário para reverter a decisão.
Ainda que essa iniciativa haja sido desautorizado por líderes da
oposição, a ideia voltou à tona nesta semana, com o recente pedido de
impeachment formulado pelo respeitado jurista Hélio Bicudo, fundador do PT, e
por ele enviado à Camara, por intermédio de sua filha. Existe a consciência de
que a trajetória do jurista, que rompeu com o PT na crise do Mensalão, daria
legitimidade à estratégia, segundo avaliam os defensores do impeachment.
Há,
no entanto, um óbice a essa tramitação.
Os defensores do impeachment na Câmara pediriam ao Dr. Hélio Bicudo que ‘refaça
o pedido para incorporar denúncias de que o PT recebeu dinheiro desviado pelo
esquema de corrupção descoberto na Petrobrás’. Como se sabe, o pedido do Dr.
Bicudo – já referido por este blog - cita as chamadas pedaladas fiscais,
manobras feitas no governo Dilma e que seriam consideradas irregulares pelo
Tribunal de Contas da União, em julgamento que até agora não teria sido
exarado.
( Fontes: The New York Times, VEJA, Folha de S. Paulo )
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