quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A Ruína da Era Petista


                                      

         Parece suplício chinês, porque a coisa vai aos poucos. E como nem o Povão, nem o outrora arrogante poder do Estado do PT, se acaso sabem onde acaba a geral decadência, ainda ignoram os particulares de sua despedida do mando, enquanto continua e se reforça o esfarinhamento das bases, que sinaliza para a gente do ramo  a iminência da derrocada terminal.

         Se já passou tanto o tempo da húbris, quanto o da eternização na sala de comando, se adentra agora a terra dos finalmente, em que as traições não só se amiudam, senão se amontoam, e a coragem dos antigos servos e satélites aumenta a olhos vistos.

        A herança maldita de Lula vai-se desvelando ainda com certo vagar, mas o antigo quebra-cabeça não mais impressiona, tal o número de falsos mistérios que vão ficando pelo caminho.

        A inocência de chapéuzinho vermelho, por exemplo. O que semelhava improvável - que a moça da algibeira tudo ignorasse quanto às tramóias - se vai abrindo com a monotonia daqueles brinquedos russos que se vão desdobrando sempre iguais, só que menores.

        E as estorinhas de ninar que a sucessora de nada sabia - apesar da sua longa chefia do Conselho de Administração da Petrobrás - vão aos poucos se desfazendo, de resto como o Dilma II, que mais parece um morto-vivo, eis que continua a caminhar com passadas rápidas e resolutas, enquanto se aproxima, com a segurança de um lemingue,  do penhasco terminal.

       Dilma repete a grosseria de Lula que demitiu Cristovam Buarque da Educação pelo telefone. Agora, ela se desvencilha, da mesma forma, de Chioro na Saúde, para abrir vaga para um agente do PMDB.

      Em fim de governo, como dizia Araujo Castro, nem o garçom do cafezinho aparece. Imaginem em se tratando de fim de regime.

      Agora, sem querer agradar os vultos petistas, confunde-se e erra quem pensa que se trata de uma rendição da guarda. É bom avisar a turma, até mesmo aquele da CUT que vestiu com solenidade o boné de inspiração chavista, que adentramos nos tempos interessantes, aqueles da praga chinesa, em que vaca não conhece bezerro, e os grandes chefes do passado imediato só podem pleitear entrar para a turma da Geni.

      Os erros foram muitos e nessa hora de cobranças, se é grande a fila dos descontentes, será ainda maior o número dos antigos partidários, agora enraivecidos pela exposição do rastilho da corrupção, que nessa hora avança sem o medo de antes, somado à raiva do engano, do ludibrio, da trapaça e do faz-de-conta, de um regime que se dizia amigo do povo, e que não passava de amigo dos endinheirados, para os quais, no fim de contas,  foi até servil, como se depreendia nas lições aprendidas por quem se julgava chefe, e na verdade, por aceitar o dinheiro sujo da propina, se transformara em um pau-mandado de luxo.

    Assistimos a um festival de mau-gosto da corrupção em nosso país.  Tenhamos presente que não mais se deve  tentar ressuscitar um paciente que desconhece o fato de estar morto. Mas tampouco não devemos esquecer que se estamos dando um pontapé nos traseiros de um grupo de corruptos, por isso não é o caso de abrir as portas do governo para quem vive de corrupção, como o afirmou não faz muito Jarbas Vasconcellos, um expoente desse grande partido, cujo ilustre fundador, Ulysses Guimarães, não é mais reconhecível nos integrantes dessa mesma direção partidária, que, de resto, a seu tempo, não ousara sequer contestar, pela imprensa ou fora dela, ao alegado dissidente.

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo, VEJA )

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