domingo, 27 de setembro de 2015

Visita do Papa aos EUA (V)


                       
         Na terceira e última etapa de sua viagem aos Estados Unidos, Papa Francisco declarou em missa em Filadélfia que é hora de a Igreja convocar os laicos para suas fileiras. Nesse sentido, agradeceu a “imensa contribuição” das mulheres religiosas.

         ‘Revigorar a fé é um dos maiores desafios que a Igreja enfrenta nesta geração. Isso exige criatividade para adaptação a situações que estamos mudando, levando adiante o legado do passado, mantendo estruturas e instituições que nos serviram bem, mas também sendo abertos a discutir as possibilidades que surgem para nós.’

         Diante de uma situação fluida, em que a Igreja nos Estados Unidos enfrenta uma crise na participação, vê-se no discurso papal um possibilismo e uma abertura que não se encontram amiúde em pronunciamentos pontifícios.

         Diante da diminuição de fiéis católicos na Igreja americana em 20% nas últimas duas décadas, Papa Francisco tem procurado pelo seu carisma, abertura e enorme simpatia trazer de volta ao aprisco essas multidões que se afastaram sobretudo por causa dos escândalos financeiros no Vaticano e pela divulgação de casos de abuso sexual cometidos por sacerdotes no país.

         Gosto de acreditar – declarou Papa Bergoglio – que a história da Igreja nesta cidade não é de construir muros, e sim derrubá-los.

         No entanto, a irradiação pessoal, a simpatia e a simplicidade do Papa Francisco – em traços que o ligam a um predecessor seu, que num curto pontificado fez a Igreja entrar em nova fase, abrindo-lhe as janelas e convocando o Concílio Vaticano II que ele,  S.João XXIII, abriria a onze de outubro de 1962, com a alocução Gaudet Mater Ecclesia (Alegra-se a Santa Madre Igreja), na Basílica Vaticana – não deixam de surtir efeito, congregando como nunca os fiéis. Como refere o despacho de O Globo : “quem passava em frente à basílica (de Filadélfia), no entanto, não enxergava qualquer crise no Vaticano. Dezenas de fiéis viraram a madrugada nas ruas, esperando o início da missa.”

 

( Fontes:  O  Globo, Enchiridion Vaticanum 1 )

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