domingo, 20 de setembro de 2015

Sábado olímpico ?


                                         

        Tem-se a impressão de que a P.M. do Rio de Janeiro, em termos de praias cariocas, atua somente de forma reativa. Em outras palavras, ela, diante de situações determinadas, não procura antecipar-se ao previsível, mas age a cada vez como se estivesse sendo surpreendida por inesperado ataque.

       Ontem, repetiu-se o monótono cenário do dispositivo policial ausente, quando dele o público mais necessita.

       Nesse clima carioca – na verdade o que vem acontecendo é consequência direta do aquecimento global provocado pelo bicho homem – já não provoca espanto que o ar condicionado tenha de ser utilizado no inverno, quanto no verão.

      E, por isso, com o calor de ontem tampouco surpreende que a orla se encha de gente, e que as praias regurgitem de cariocas e turistas.

     E todo ano essa abertura móvel da temporada balneária nos apresente praias lotadas, mas também – o que semelha espécie de inauguração informal  - se nos deparam os arrastões em Copacabana e Ipanema, além de outros ataques diversificados nas ruas de  Botafogo e Humaitá.

      Se as praias se lotam, se os turistas a elas acorrem, fiados na velha mágica da orla carioca, cabe perguntar por que a PM nunca surpreende pela colocação de dispositivo adequado para enfrentar e controlar as mais do que previsíveis investidas dos costumeiros meliantes que formam os chamados arrastões.

      Por capricho da deterioração do clima, os calores ocorrem agora tanto no verão, quanto no inverno, e um fim de semana com canícula e bom tempo será sinônimo de praias lotadas de banhistas e turistas. Colocado o problema – que não é surpresa dada a meteorologia – no cenário de sempre estarão todos a postos: os turistas e os cariocas, que querem curtir o mar, e a turma do arrastão, cujas tarefas se vêem bastante facilitadas pela costumeira ausência da PM.

      Pois, malgrado as rituais declarações em contrário, a PM não dá a impressão de haver internalizado um comportamento reativo, diante desse desafio. Repetindo-se o cenário a cada ano, cresce a perplexidade e a raiva do Povo carioca diante da incapacidade da PM de contra-arrestar um fenômeno para lá de previsível, justamente porque se repete a cada ano.

       E também a cada ano a situação tende a repetir-se, com os turistas vítimas dos habituais arrastões. Na atualidade, há também corredores solitários que investem por entre as barracas, para roubar o que estiver à mão, além de espalharem a insegurança e a inquietude, em cenário que  turista e  carioca costumam de hábito associar com a serena curtição da praia ensolarada. Já a PM  parece ritualmente viver em outras paragens, eis que não dá a impressão de haver internalizado estratégia dissuasiva, seja através de presença maciça na orla, seja pelo controle das conduções, visto que os adeptos do chamado arrastão costumam vir de longe.

         Será acaso demasiado esperar que um santo dia seja a P.M. que surpreenda, agindo de forma eficiente e pró-ativa, impressionando favoravelmente ao povo carioca  ( e aos turistas ) ?     

 

 ( Fonte: O Globo )

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