Finanças do Governo
Nada como um
dia depois do outro. Os jornais de ontem falam de contas que não fecham, de
déficit primário de R$ 1,597 bi, que é resultado negativo para um primeiro semestre
(primeira vez que governo encerraria os primeiros seis meses de um ano com
saldo negativo). Nesse quadro, um dos fatores que contribuíram para tal
assinalado desempenho foi o déficit primário no mês de junho, que montou a R$
8,205 bi, o pior para esse mês em toda a série histórica do Tesouro, encetada
em 1997.
Esqueceram,
no entanto, de contar com a cavalaria ligeira de estados e municípios. Em 2015, os governos regionais economizaram no primeiro semestre R$ 19,3
bi. Assim, se o Governo Central teve
déficit de R$ 1,9 bi e as empresas estatais R$ 1,6 bi, o Brasil termina os
primeiros seis meses de 2015 com Superávit de R$
16,2 bi. Em 2014, o superávit total fora de R$ 29,4 bi.
Segundo se assinala, considera-se
negativo tal resultado, eis que mostra a debilidade da União e dependência de
governos estaduais e municipais, que, em geral, gastam pouco no primeiro de
mandato.
Frise-se,
outrossim, que na semana passada a
Fazenda reduziu a meta do superávit primário
deste ano de 1,19 do PIB
(economia para pagar os juros da dívida) para 0,15%. No contexto, tal
rebaixamento do esforço fiscal ajudou para aumentar o clima de desconfiança.
Dentro do
mesmo quadro, mas com potênciais consequências negativas, a Agência de
Classificação de Risco Stardard &
Poor’s colocou a nota do Brasil em perspectiva negativa, vale dizer avisou
ao mercado que pode revisar a nota para
abaixo do grau de investimento, que é uma espécie de selo de bom pagador.
Com a boa
situação dos índices na nossa economia, tal índice fora alcançado no segundo Governo Lula. De lá para cá, o
Brasil já resvalou bastante, aproximando-se de conceito similar ao da
Argentina.
Affaire Catta Preta X CPI Petrobrás
Na avaliação
do colunista político Merval Pereira, a advogada Beatriz Catta Preta teria
validado sua convocação pela CPI da Petrobrás com as acusações que fez a seus
membros.
No
entender de Merval, agora ela teria a
obrigação de depor, não para dizer quanto ganha ou de onde vem o dinheiro que
paga seus honorários, mas para detalhar as ameaças que diz ter recebido. Ainda
consoante o colunista de O Globo, o “seu
silêncio na CPI agora jogará contra ela”.
Assinale-se, por relevante, que o Presidente do STF, Ministro Ricardo
Lewandowski, concedeu por liminar à Dra. Catta Preta autorização para não
responder a perguntas sobre e a respeito de seus honorários. Igualmente nesse
entendimento, a OAB se havia igualmente manifestado.
Ainda
no entendimento de Merval Pereira, as ameaças contra a advogada teriam sido “tão
fortes que a fizeram abandonar a carreira, o que transforma a sua acusação em dado fundamental para que se investiguem
os procedimentos da CPI, suas intenções e motivações.”
E o colunista político de O Globo
vai além: “É certo que o estilo de fazer política do deputado Eduardo Cunha
impõe o medo mesmo entre os que o
apóiam, mas à medida que fica estabelecido
que ele se utiliza de sua posição de presidente da Câmara para trabalhar
em proveito de seus interesses, não apenas políticos, cresce no plenário a
sensação de que Cunha tem que ser contido independentemente de sua posição
política, que hoje é de oposição ao governo.”
Após
assinalar que “a oposição formal, liderada pelo PSDB, já não se interessa mais
em aproximação com Cunha, pois ele se transformou em um livre atirador que privilegia interesses
próprios”, o colunista refere que “o líder do PSOL, deputado Chico Alencar, anuncia que há uma articulação para ‘desvendar
mais esta acusação gravíssima contra Cunha e a CPI de sua blindagem’, inclusive
com relação à utilização indevida dos
serviços da agência de investigação Kroll – remunerada pelos cofres públicos.”
Há
dois outros tópicos relevantes no artigo de Merval Pereira: ‘Começa a haver
movimento contra o autoritarismo de Cunha. (Indicação disso) é a reação de Jarbas Vasconcellos, hoje um dos
líderes contra a permanência dele à frente da Câmara.’
E, por
fim, segundo frisa o colunista “Catta Preta conhece cada uma das consequências
jurídicas de suas alegações e denúncias, e mediu bem as palavras quando as fez
no ‘Jornal Nacional’” .
( Fonte:
O Globo )
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