O
programa Minha Casa Minha Vida constitui uma das principais bandeiras da
Administração Dilma I. Como a mídia tem assinalado, há diversos conjuntos que
permanecem fechados por falta de ligação com serviços essenciais e outros que
foram invadidos por estranhos. No entanto, a maior parte já está sendo
utilizada, dado um teto para quem antes vivia precariamente, ou com aluguel
social, ou em casebres na favela, ou amontoados em apartamentos de parentes.
Esse programa se estendeu por todo o Brasil, e tem proporcionado a
muitas famílias residências dignas, para quem antes vivia precariamente com os
seus.
No
entanto, o Minha Casa Minha Vida enfrenta por vezes problemas que podem ser
facilmente resolvidos se os moradores dos imóveis respectivos tiverem respeito
pelas áreas comuns do prédio.
A
disposição do lixo residencial é um problema social e também de educação da
comunidade. Manter asseado o respectivo apartamento será uma tarefa incompleta
se o condômino achar que as áreas comuns do edifício devem ser deixadas ao deus
dará.
A
educação social é um requisito de todos os bairros, não os de ricos e de classe
média, mas também os das chamadas classes C e D. Viver em entornos asseados,
com as áreas comuns limpas, não é capricho de rico ou de grã-fino. Será atitude
que atende não só ao próprio respeito – seu e de sua família – mas também ao
entorno em que vive. O interesse próprio
aí se une ao interesse comum. De que serve viver em apartamento limpo e
asseado, se se está circundado por verdadeiras pocilgas, nos corredores, halls
e áreas comuns do edifício? Daí o
interesse conjunto de residir em entornos em que se viva bem, em ambientes
limpos e, por conseguinte, livres de insetos, pragas e pequenos animais para os
quais a imundície constitui fonte de
alimento e vida.
O
Minha Casa Minha Vida é um programa social, e os seus moradores por algum
motivo terão feito jus a transferir-se de casebres na favela, de encostos em
casas de parentes, para um nível superior de quem possui uma residência. O
Governo tem a obrigação de criar o entorno social dos imóveis construídos, não
só para atender ao interesse dos moradores (que são proprietários dos
apartamentos) e que carecem de acostumar-se a viver em sociedade. Isto se
traduz no respeito ao vizinho, no cuidado com as áreas comuns do prédio – longe
deve estar a idéia de que o comum não é de ninguém. Dessa noção errada surgem
consequências e atitudes antissociais e burras. Está no interesse de cada um e
de todos de manter limpo e apresentável o espaço social comum. A preservação do
respectivo ambiente é um primeiro sinal de que o morador abandonou a noção
burra em que só interessa o que é seu.
Como o comum a todos
pertence, todos devem cuidar dele e
assim fazendo, agir no próprio
interesse. Quem quer viver numa pocilga,
deve juntar-se aos porcos e não a seus condôminos.
Um fracasso do programa Minha Casa – Minha Vida não representaria apenas
mais uma derrota da Administração Dilma II. Temos amiúde no Brasil o vezo de
fazer as coisas pela metade. Montar, por exemplo, esse grande cometimento
social e deixá-lo encalhar na falta de providências menores, mas de igual ou
virtual importância, como a sua adequação social, o seu controle na época
inicial para que as boas intenções não desandem, e a necessidade de
acompanhamento e fiscalização para que o
mais não se perca por artes do menos.
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