quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Dona Crise chega mais perto

                                    

        Enquanto o Tribunal de Contas da União não ata nem desata, e em questão que se arrasta há meses concede mais quinze dias para o governo Dilma Rousseff explicar e justificar as manobras fiscais, as chamadas pedaladas, abre-se um novo front no Tribunal Superior Eleitoral.

       Bem haja o Ministro Gilmar Mendes, que não se ateve à cantilena petista de que as contas eleitorais de 2014 já haviam julgadas e aprovadas pelo TSE. A votação no TSE já tem maioria segura para não aprovar as contas eleitorais do segundo mandato de Dilma. Formalmente, no entanto, a votação ainda tecnicamente não terminou, porque uma das juizas pediu vista do processo.

       O PT tentara firmar a tese de que as contas já tinham sido aceitas e aprovadas pelo TSE. O ministro Gilmar Mendes discordou e continuou no seu exame das contas.

       Segundo se verificou, há pesadas suspeitas de que existe uma ‘laranja’ na questão.  É a empregada doméstica Angela Maria do Nascimento, que trabalha há mais de vinte anos para a família de Juliana Cecília Dini Morello. Ela  passou a constar como dona de uma  empresa que recebeu R$ 1,6 milhão da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2014. Angela Maria – que ganhou apenas R$ 2 mil por mês para montar cavaletes de madeira com propaganda da então candidata Dilma e de outros políticos.

        O motivo da ‘contratação’ da empregada como laranja tem por escopo  passar parte dos clientes da Embalac para a empresa que leva o nome de Ângela Maria, fazendo com que Juliana Cecília Dini Morello que é proprietária da citada Embalac, em sociedade com o marido, pagasse menos impostos. A dita Embalac recebeu, outrossim, R$ 331 mil em 2014 para produzir material de campanha.

       Juliana, a co-proprietária da Embalac, não foi localizada para comentar o assunto.  Por meio de nota, ela disse que a Embalac e a empresa de Ângela Maria trabalhariam “em parceria durante o período eleitoral de 2014 para algumas campanhas, sendo que todos os serviços foram prestados e todo o material, entregue.”

       Por sua vez, o contador Carlos Carmelo Antunes, responsável pela abertura da empresa de Ângela Maria, informou que o serviço de montagem de cavaletes foi, de fato, prestado pela firma que leva o nome da empregada doméstica. “O principal problema” segundo o dito contador  é que o material utilizado na confecção dos banners foi comprado com notas emitidas pela Embalac.

       Outra irregularidade, sempre segundo o contador, está no fato de que as primeiras notas fiscais da empresa em nome de Ângela Maria terem sido emitidas antes que a inscrição municipal ficasse pronta... Apesar disso, o contador Antunes disse  ter comprovantes  de todos os serviços prestados pela Embalac e pela firma da empregada doméstica para campanhas políticas.

       Por outro lado, a empresa em nome da laranja Ângela Maria  recebeu cerca de R$ 1 milhão do comitê financeiro único do PT, da direção do partido no Paraná e dos seguintes candidatos: Lindbergh Farias (PT-RJ), Candido Vaccarezza (PT-SP), Alencar Braga (PT-SP), Janete Pietá (PT-SP), Devanir Ribeiro (PT-SP) e João Paulo Rilo (PT-SP). O ex-prefeito de Sorocaba Vitor Lippi (PSDB-SP) também contratou a firma.

        Já a Embalac recebeu R$ 151mil da campanha de Dilma e R$ 180 mil de Alexandre Padilha (PT´SP), Paulo Teixeira (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP).

 

( Fonte:  O  Globo )  

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