Enquanto o
Tribunal de Contas da União não ata nem desata, e em questão que se arrasta há
meses concede mais quinze dias para o governo Dilma Rousseff explicar e
justificar as manobras fiscais, as chamadas pedaladas,
abre-se um novo front no Tribunal
Superior Eleitoral.
Bem haja o
Ministro Gilmar Mendes, que não se ateve à cantilena petista de que as contas
eleitorais de 2014 já haviam julgadas e aprovadas pelo TSE. A votação no TSE já
tem maioria segura para não aprovar as contas eleitorais do segundo mandato de
Dilma. Formalmente, no entanto, a votação ainda tecnicamente não terminou,
porque uma das juizas pediu vista do processo.
O PT tentara
firmar a tese de que as contas já tinham sido aceitas e aprovadas pelo TSE. O ministro
Gilmar Mendes discordou e continuou no seu exame das contas.
Segundo se
verificou, há pesadas suspeitas de que existe uma ‘laranja’ na questão. É a empregada doméstica Angela Maria do Nascimento, que trabalha há mais de vinte anos para
a família de Juliana Cecília Dini Morello. Ela
passou a constar como dona de uma
empresa que recebeu R$ 1,6 milhão da campanha eleitoral
de Dilma Rousseff em 2014. Angela Maria – que ganhou apenas R$ 2 mil por mês
para montar cavaletes de madeira com propaganda da então candidata Dilma e de
outros políticos.
O motivo da ‘contratação’
da empregada como laranja tem por
escopo passar parte dos clientes da Embalac para a empresa que leva o nome
de Ângela Maria, fazendo com que Juliana
Cecília Dini Morello que é proprietária da citada Embalac, em sociedade com o marido, pagasse menos impostos. A dita
Embalac recebeu, outrossim, R$ 331 mil em 2014 para produzir material de campanha.
Juliana, a
co-proprietária da Embalac, não foi localizada para comentar o assunto. Por meio de nota, ela disse que a Embalac e a
empresa de Ângela Maria trabalhariam “em
parceria durante o período eleitoral de 2014 para algumas campanhas, sendo que
todos os serviços foram prestados e todo o material, entregue.”
Por sua vez, o contador Carlos Carmelo Antunes,
responsável pela abertura da empresa de Ângela Maria, informou que o serviço de
montagem de cavaletes foi, de fato, prestado pela firma que leva o nome da
empregada doméstica. “O principal
problema” segundo o dito contador é que
o material utilizado na confecção dos banners foi comprado com notas emitidas
pela Embalac.
Outra irregularidade, sempre segundo o
contador, está no fato de que as primeiras notas fiscais da empresa em nome de
Ângela Maria terem sido emitidas antes que a inscrição municipal ficasse
pronta... Apesar disso, o contador Antunes disse ter comprovantes de todos os serviços prestados pela Embalac e
pela firma da empregada doméstica para campanhas políticas.
Por outro lado,
a empresa em nome da laranja Ângela
Maria recebeu cerca de R$ 1 milhão do
comitê financeiro único do PT, da direção do partido no Paraná e dos seguintes
candidatos: Lindbergh Farias (PT-RJ), Candido Vaccarezza (PT-SP), Alencar Braga
(PT-SP), Janete Pietá (PT-SP), Devanir Ribeiro (PT-SP) e João Paulo Rilo
(PT-SP). O ex-prefeito de Sorocaba Vitor Lippi (PSDB-SP) também contratou a
firma.
Já a Embalac
recebeu R$ 151mil da campanha de Dilma e R$ 180 mil de Alexandre Padilha
(PT´SP), Paulo Teixeira (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP).
( Fonte: O
Globo )
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