sábado, 15 de agosto de 2015

PIF PAF

                                            

    Protestar pode, mas não contra Rafael Correa

 

                        A brasileira Manuela Picq foi ferida e detida nas manifestações da noite de quinta, treze de agosto. O erro de Manuela foi participar de ato contra o Presidente Rafael Correa. Em São Francisco de Quito não é proibido, em princípio, participar de manifestações contra el Señor Presidente.

                         Tal comportamento, no entanto, não é aconselhável para estrangeiros, como Manuela. O seu visto de permanência, que vence a 28 do corrente, foi prontamente cassado por acompanhar em manifestação o companheiro, Carlos Pérez Guartambel, presidente de associação pró-indígenas.

                         Manuela compareceu à manifestação como jornalista, levando uma câmera. Na confusão, ela a perdeu. Machucada, a brasileira foi retirada do hospital público. Agora espera em repartição estatal a audiência que ‘decidirá’ sobre a sua expulsão (o visto foi prontamente cassado).

                         Nos regimes chavistas e assemelhados, as demonstrações não são bem vistas e podem trazer riscos à saúde dos manifestantes. O erro de Manuela foi protestar contra o homem forte do Equador, Rafael Correa. O mesmo poderia suceder se ela estivesse em terras dos preclaros caudilhos Nicolàs Maduro (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia).

 

Grampo telefônico de conversa de diretor da Odebrecht com Lula

 

                        O Globo de hoje publica trechos do diálogo entre o ex-Presidente Lula da Silva e Executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar. A quinze de junho p.p., e quatro dias antes da prisão de Marcelo Odebrecht, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar teve conversa telefônica com Lula.  Na ligação grampeada, Lula e Alexandrino se mostravam preocupados “em relação a assuntos do BNDES”, segundo documentos da Polícia Federal.

                        No dia quinze de junho, o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, participou de seminário sobre exportação de serviços em São Paulo, onde declarou que as relações  da empresa com o banco (BNDES)  não tinham nada “de ilegal ou imoral”.

                        No diálogo interceptado pela PF, Alexandrino comemora a repercussão das declarações e diz a Lula ter conversado com Paulo Okamoto (presidente do Instituto Lula) e diz ao ex-presidente  que o fez para acertar o posicionamento da empreiteira junto com o do Instituto Lula (conforme íntegra da escuta divulgada pelo site do Estadão).

                         Assinale-se, por oportuno, que a nota do Instituto Lula elogiada por Emílio Odebrecht, segundo o relatório da PF, foi divulgada depois que se tornou público que a Construtora Camargo Corrêa doou R$ 3 milhões ao Instituto Lula entre 2011 e 2013, e que teria feito pagamentos de R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras, Eventos e Publicidade Lta., de Lula da Silva, criada para contabilizar as palestras pagas que o ex-presidente faz no Brasil e no exterior.

 

 

(  Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo )

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