Protestar pode, mas não
contra Rafael Correa
A brasileira Manuela
Picq foi ferida e detida nas manifestações da noite de quinta, treze de
agosto. O erro de Manuela foi participar de ato contra o Presidente Rafael
Correa. Em São Francisco de Quito não é proibido, em princípio, participar de
manifestações contra el Señor Presidente.
Tal comportamento, no entanto, não é aconselhável para estrangeiros,
como Manuela. O seu visto de permanência, que vence a 28 do corrente, foi
prontamente cassado por acompanhar em manifestação o companheiro, Carlos Pérez
Guartambel, presidente de associação pró-indígenas.
Manuela compareceu à manifestação como jornalista, levando uma câmera.
Na confusão, ela a perdeu. Machucada, a brasileira foi retirada do hospital
público. Agora espera em repartição estatal a audiência que ‘decidirá’ sobre a
sua expulsão (o visto foi prontamente cassado).
Nos regimes chavistas e assemelhados, as demonstrações não são bem
vistas e podem trazer riscos à saúde dos manifestantes. O erro de Manuela foi
protestar contra o homem forte do Equador, Rafael Correa. O mesmo poderia
suceder se ela estivesse em terras dos preclaros caudilhos Nicolàs Maduro
(Venezuela) e Evo Morales (Bolívia).
Grampo telefônico de conversa de diretor da Odebrecht com Lula
O
Globo de hoje publica trechos do diálogo entre o ex-Presidente Lula da Silva e
Executivo da Odebrecht, Alexandrino Alencar. A quinze de junho p.p., e quatro
dias antes da prisão de Marcelo Odebrecht, Alexandrino de Salles Ramos de
Alencar teve conversa telefônica com Lula.
Na ligação grampeada, Lula e Alexandrino se mostravam preocupados “em
relação a assuntos do BNDES”, segundo documentos da Polícia Federal.
No dia quinze de junho, o presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht,
participou de seminário sobre exportação de serviços em São Paulo, onde
declarou que as relações da empresa com
o banco (BNDES) não tinham nada “de
ilegal ou imoral”.
No diálogo interceptado pela PF, Alexandrino comemora a repercussão das
declarações e diz a Lula ter conversado com Paulo Okamoto (presidente do
Instituto Lula) e diz ao ex-presidente
que o fez para acertar o posicionamento da empreiteira junto com o do
Instituto Lula (conforme íntegra da escuta divulgada pelo site do Estadão).
Assinale-se, por oportuno, que a nota do Instituto Lula elogiada por
Emílio Odebrecht, segundo o relatório da PF, foi divulgada depois que se tornou
público que a Construtora Camargo Corrêa doou R$ 3 milhões ao Instituto Lula
entre 2011 e 2013, e que teria feito pagamentos de R$ 1,5 milhão para a LILS
Palestras, Eventos e Publicidade Lta., de Lula da Silva, criada para contabilizar
as palestras pagas que o ex-presidente faz no Brasil e no exterior.
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário