Alexis Tsipras, o líder do Syriza,
se sentiu obrigado a renunciar ao cargo de Primeiro Ministro, ao cabo de sua
meteórica passagem desses últimos oito meses. Neles, formou o gabinete, foi
arrastado a um referendo, e no final, teve de ceder às exigências europeias,
com a liderança de Angela Merkel.
Um terço da
bancada entrou em rebeldia, o que tornaria inviável o seu governo. Por isso,
Tsipras renunciou à chefia do gabinete, dissolveu o Parlamento e convocou novas
eleições.
O seu
objetivo é conter a oposição de membros da legenda, que se opõem ao acordo de
resgate assinado com os credores europeus.
Em
pronunciamento pela tevê, Tsipras tentou justificar a sua decisão. De uma certa
forma, repete o seu lance quando forçou o plebiscito, agravou a crise mas acabou aceitando um acordo, em que a
República Helênica teve de assentir às exigências de Frau Merkel e dos
credores.
É decerto
um mergulho no escuro essa enésima consulta ao povo grego. Avalizarão eles as
políticas do Syriza? E como fica o terço dissidente? Dará o apoio que tem
negado a Tsipras?
A votação
para o novo Parlamento deve ocorrer a 20 de setembro. Conforme a Constituição da República
Helênica, os líderes dos três maiores partidos disporão de um prazo de três
dias, cada um, para formar novo gabinete.
O primeiro
partido a tentá-lo é a Nova Democracia, de direita. O seu líder, Evangelos Meimarakis, declarou
que tentará formar um governo para evitar novas eleições e para tanto recorrerá até mesmo ao Aurora
Dourada, de extrema direita. Para ele, as eleições devem ser a última opção e
não a primeira (como quer Tsipras). O segundo partido é o Aurora Dourada.
Se os partidos não tiverem êxito, a
missão passará para o presidente da Suprema Corte, Vassiliki
Thanou-Christofilou, que assumiria o governo, como primeiro ministro interino
até as eleições.
Como se
sabe, em sua visita a Brasília, a Chanceler Federal Alemã, Angela Merkel, disse
para a Presidente Dilma Rousseff que “a renúncia (de Alexis Tsipras) faz parte
de uma solução”.
Por se
tratar de uma questão grega, Frau Merkel
terá talvez entendido que caberia uma resposta sibilina, na linha do oráculo de
Delfos...
( Fonte: O
Globo )
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