domingo, 24 de fevereiro de 2019

Witzel quer despoluir da Baía


                      
         Em reunião com o  Ministro da Economia, Paulo Guedes, o governador do Rio, Wilson Witzel, pediu a ajuda da União para obter empréstimo de R$ 1 bilhão do BID com a finalidade de despoluir a Baía da Guanabara.
            Com efeito, como assinala a reportagem de O Globo, depois de absorver programas bilionários, ela continua recebendo muito esgoto e lixo. Quanto à sua atual condição  - que muito a diferencia daquela - de condição quase pristina - que conheci nos passeios de lancha realizados por meu tio Adolpho Bloch, como já referi nas cibernéticas páginas do blog - e de acordo com o governador Witzel,  o estado se comprometeu a cumprir metas do Regime de Recuperação Fiscal para obter o aval do governo federal a um empréstimo de US$ 260 milhões,  junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

            Consoante declarou a O Globo o governador "há uma série de metas exigidas pelo Conselho de Supervisão que a antiga gestão não estava cumprindo". E, nesse sentido, acrescentou o Governa-dor Witzel: "Temos até o dia 20 de março para apresentar as propostas de adequação e, dessa forma, viabilizar o empréstimo."

             Quais são os riscos do projeto em tela?  Basicamente, repetir os procedimentos anteriores. Como oceanógrafo e professor da Uerj, David Zee elogia a iniciativa do governador, mas faz um alerta. Segundo Zee, se os recursos  forem investidos em engenharia tradicional, é grande o risco de fracasso.

               "Os demais programas não tiveram êxito. Espero que tenham aprendido com o insucesso.  Os métodos ortodoxos de engenharia sanitária funcionam em cidades organizadas, que não é a realidade da bacia drenante da Baía de Guanabara, onde existem muitas favelas e cidades formais semiacabadas, além de extensas áreas planas onde a condução do esgoto tem que ser feita por meio de elevatórias. A construção da rede de saneamento e elevatórias é de difícil operação, porque em muitas áreas as equipes não podem entrar porque falta segurança. Precisamos inovar, desenvolver outras estratégias - soluções híbridas, como as Unidades de Tratamento de Rios - UTRs,  verdadeiros filtros que drenam extensas áreas populosas,e acoplá-las à engenharia tradicional. As palavras chave são exequibilidade e resultado."    

                  Por sua vez, dentro do caleidoscópio dos pareceres dos técnicos, Paulo Canedo, professor da Coppe /UFRJ, sublinhou que as intervenções devem ser realizadas nos rios e não diretamente na Baía:  "É preciso se preocupar com as regiões habitadas pelo ser humano, que são banhadas pelos rios e levam as águas usadas pela população local. Eu faria um investimento forte no saneamento dos municípios que estão no entorno da Baía, principalmente na Baixada e na cidade do Rio de Janeiro. Como consequência, as águas na Baía ficarão limpas.Isso significa que não estou almejando, em primeira instância, despoluir a Baía,mas onde o problema tem início."


( Fonte: O Globo )

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