Em reunião com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, o
governador do Rio, Wilson Witzel, pediu a ajuda da União para obter empréstimo
de R$ 1 bilhão do BID com a finalidade de despoluir a Baía da Guanabara.
Com efeito, como assinala a reportagem de O Globo, depois de absorver programas bilionários, ela continua
recebendo muito esgoto e lixo. Quanto à sua atual condição - que muito a diferencia daquela - de
condição quase pristina - que conheci nos passeios de lancha realizados por
meu tio Adolpho Bloch, como já referi nas cibernéticas páginas do blog - e de acordo com o governador
Witzel, o estado se comprometeu a
cumprir metas do Regime de Recuperação Fiscal para obter o aval do governo federal
a um empréstimo de US$ 260 milhões,
junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Consoante declarou a O Globo o governador "há uma série de metas
exigidas pelo Conselho de Supervisão que a antiga gestão não estava
cumprindo". E, nesse sentido, acrescentou o Governa-dor Witzel:
"Temos até o dia 20 de março para apresentar as propostas de adequação e,
dessa forma, viabilizar o empréstimo."
Quais são os riscos do projeto em tela?
Basicamente, repetir os procedimentos anteriores. Como oceanógrafo e
professor da Uerj, David Zee
elogia a iniciativa do governador, mas faz um alerta. Segundo Zee, se os
recursos forem investidos em engenharia tradicional, é grande o
risco de fracasso.
"Os demais programas não tiveram êxito. Espero que tenham aprendido
com o insucesso. Os métodos ortodoxos de
engenharia sanitária funcionam em cidades organizadas, que não é a realidade
da bacia drenante da Baía de Guanabara, onde existem muitas favelas e cidades
formais semiacabadas, além de extensas áreas planas onde a condução do esgoto
tem que ser feita por meio de elevatórias. A construção da rede de saneamento e
elevatórias é de difícil operação, porque
em muitas áreas as equipes não podem entrar porque falta segurança.
Precisamos inovar, desenvolver outras estratégias - soluções híbridas, como as
Unidades de Tratamento de Rios - UTRs,
verdadeiros filtros que drenam extensas áreas populosas,e acoplá-las à
engenharia tradicional. As palavras chave são exequibilidade e resultado."
Por
sua vez, dentro do caleidoscópio dos pareceres dos técnicos, Paulo Canedo,
professor da Coppe /UFRJ, sublinhou que as intervenções devem ser realizadas
nos rios e não diretamente na Baía: "É
preciso se preocupar com as regiões habitadas pelo ser humano, que são banhadas
pelos rios e levam as águas usadas pela população local. Eu faria um
investimento forte no saneamento dos municípios que estão no entorno da Baía,
principalmente na Baixada e na cidade do Rio de Janeiro. Como consequência, as
águas na Baía ficarão limpas.Isso significa que não estou almejando, em
primeira instância, despoluir a Baía,mas onde o problema tem início."
( Fonte: O Globo )
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