A Primeira-Ministra
britânica, Theresa May, confirmou a 26 do corrente, por primeira vez, que 'pode
haver' um adiamento da saída do Reino Unido da U.E., caso o acordo com Bruxelas
seja vetado pelo Parlamento.
A inefável May se especializa em
dizer sandices. Como o Reino Unido não é uma ditadura, um pronunciamento do
Parlamento é indispensável para a eventual saída da U.E.
Caso o atual acordo não seja
aprovado, a Premier convocará uma segunda votação, para tratar
da saída sem acordo. Segundo se
especula, a Primeiro Ministro pretende deixar nas mãos dos deputados a decisão
de adiar a data do Brexit por
"um período curto e limitado", se eles rejeitarem o acordo (inepto)
de separação que ela firmara com a U.E.
É de notar-se que, elocubrações à
parte, o Labour - que é a segunda bancada em Westminster - havendo mudado de
posição, as coisas não estão assim tão simples para a May.
Mais coisas podem estar em pauta,
inclusive a possibilidade de um segundo referendo, o que a Primeiro Ministro
tudo faz para evitar, eis que tal eventualidade pode-ria, com a confirmação da
permanência do Reino Unido - contra vento e maré - na União Europeia, levaria
muito provavelmente de roldão a inepta gestão da May.
Não obstante, a Primeiro Ministro
continua a agir como se tudo estivesse cor-rendo a seu favor, quando qualquer
um com um mínimo de discernimento dirá justa-mente o contrário.
Pela manifesta falta de
controle da situação de parte do gabinete da May, a situação tende a
agravar-se, não se podendo excluir que o tão temido recurso ao segundo
referendo - dado o caráter anêmico e por conseguinte nada conclusivo daquele
primeiro de 2016 - venha a configurar-se como a saída inelutável para uma
crise que é artificial, na medida em que
se deve à falta de visão ou incapacidade de lidar com uma situação anômala,
quando a maioria de um Povo pende manifestamente pela extensão da permanência
na U.E., enquanto liderança de pouco estofo e igual discernimento pensa ainda poder estender tal estado de
coisas, que acumula erro sobre erro.
Em situações como a
presente, político que tenha um mínimo juízo
já teria optado há muito em passar a solução para o alvitre do Povo Soberano.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário