Após
a deserção de nove membros do Partido, na semana passada, e sob a perspectiva
de outras saídas, o líder dos
trabalhistas Jeremy Corbyn deixou de
lado sua antiga resistência a uma segunda votação plebiscitária.
"De uma forma ou de outra, faremos tudo o que estiver ao nosso
alcance para prevenir um 'não acordo' e nos opor ao perigoso brexit dos conservadores."
Talvez por circunstâncias aludidas no blog de ontem, Corbyn haja esperado por demasiado tempo. Se
conseguir aprovar uma emenda sobre um novo referendo por meio do Parlamento se
afigura formidável tarefa, e por conseguinte pouco provável em um curto prazo.
Não obstante, depois das sandices da May e de suas propostas confusas e nada
alentadoras (no que tange ao brexit sem
qualquer acordo com a CE), a esperança será sempre a última que morre. Quanto
à aprovação do segundo referendo, as perspectivas de um resultado positivo
para a permanência do Reino Unido na Comunidade Europeia, dissipado o ambiente
estival e a incompetência do gabinete Cameron, não podem ser decerto excluídas.
É de notar-se que conseguir aprovar uma emenda sobre um novo Referendo
por meio do Parlamento seja tarefa
difícil no curto prazo, mas o apoio de Corbyn à ideia animou os britânicos com
vistas a reverter o resultado do referendo de 2016. Sem o apoio do Labour, não haveria a menor chance de um
segundo referendo ser sequer autorizado pelo Parlamento.
O Partido Trabalhista apresentará a 27 do corrente uma cláusula para ser
submetida à votação no Parlamento na qual pedirá ao deputados que apóiem uma
união aduaneira permanente com a União Europeia.
Se tal plano alternativo fracassar, os trabalhistas "cumprirão a
promessa" de apoiar um novo
referendo, segundo detalhou o porta-voz para o brexit da legenda, Keir Starmer.
O líder trabalhista
confirmou, outrossim, que na votação desta semana apoiará a emenda apresentada pela também trabalhista Yvette Cooper e pelo tory Oliver Letwin que obrigaria o governo a
adiar o brexit se um acordo não for aprovado até o dia treze.
" A primeira
Ministra está deixando o relógio correr temerariamente, em uma tentativa de
forçar os parlamentares a escolher entre seu acordo fracassado e um desastroso
'não acordo' ", afirmou o líder Corbyn.
No congresso anual
do Partido, realizado em setembro último, o líder trabalhista se comprometera a
promover nova consulta caso não conseguisse
forçar eleições gerais antecipadas, mas havia se recusado até agora de
apoiá-la de maneira explícita.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário