terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Mensagem de Papa Francisco sobre abusos de menores


                               

         Ao cabo da reunião especial da Igreja, ao encerrá-la  o Sumo Pontífice comparou o que definiu como "praga" dos abusos sexuais de crianças e adolescentes às práticas religiosas do passado de oferecer humanos em sacrifício.
           Concluído o encontro de 114 conferências episcopais,  a Igreja Católica anunciou o propósito de publicar documento pontifício e um guia  sobre as funções e deveres dos bispos em relação às denúncias de abuso. A par disso, serão criadas forças-tarefa ad hoc para ajudar as dioceses nessas circunstâncias.
            Conforme a Santa Sé, haverá um novo Motu Proprio, documento papal  com o escopo de "reforçar a prevenção e a luta contra os abusos na Cúria romana e no Vaticano", que acompanhará  uma nova lei para a Igreja. O citado manual será publicado pela Congregação para a Doutrina da Fé, tendo o formato de perguntas e respostas, sendo dirigido aos bispos.
               Já a ideia de força-tarefa pressupõe mandar equipes de especialistas a dioceses que disponham de menos recursos para prevenir ou combater o problema. Outras propostas em estudo são rever o segredo pontifício para casos de abuso sexual e criar departamento  na Igreja específico para denúncias desse tipo entre os sacerdotes.
                 Outro posicionamento importante - a Igreja condenou a prática de encobrir delitos. Nesse sentido, o Arcebispo de Malta, Charles Scicluna, da Comissão Organizadora  declarou: "por décadas, temos nos concentrado em crimes insistentes, mas agora chegamos à conclusão que o acobertamento é do mesmo modo ultrajante".
                   Anteontem, o cardeal alemão Reinhard Marx admitiu que a Igreja destruíu materiais sobre estupradores: "os arquivos que documentaram esses atos terríveis e indicam os nomes dos responsáveis foram destruídos, ou até sequer foram produzidos." Procedimentos e trâmites definidos para esclarecer os delitos foram deliberadamente ignorados e até anulados", disse o presidente da Conferência Episcopal Alemã. "Em tal sentido, o Cardeal  cobrou divulgação do total de casos analisados por tribunais eclesiásticos.
                      Como sói acontecer, parte das vítimas, no entanto, reclamou do tom final da conferência . Francesco Zanardi, presidente da Rede de Vítimas da Itália, reclamou da falta de menção a "procedimentos concretos e demissões de bispos".

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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