Ao
cabo da reunião especial da Igreja, ao encerrá-la o Sumo Pontífice comparou o que definiu como
"praga" dos abusos sexuais de crianças e adolescentes às práticas
religiosas do passado de oferecer humanos em sacrifício.
Concluído o encontro de 114 conferências episcopais, a Igreja Católica anunciou o propósito de
publicar documento pontifício e um guia
sobre as funções e deveres dos bispos em relação às denúncias de abuso. A
par disso, serão criadas forças-tarefa ad hoc para ajudar as dioceses nessas
circunstâncias.
Conforme a Santa Sé, haverá um novo Motu
Proprio, documento papal com o
escopo de "reforçar a prevenção e a luta contra os abusos na Cúria romana
e no Vaticano", que acompanhará
uma nova lei para a Igreja. O citado manual será publicado pela
Congregação para a Doutrina da Fé, tendo o formato de perguntas e respostas,
sendo dirigido aos bispos.
Já a ideia de força-tarefa pressupõe mandar equipes de especialistas a
dioceses que disponham de menos recursos para prevenir ou combater o problema.
Outras propostas em estudo são rever o segredo pontifício para casos de abuso
sexual e criar departamento na Igreja
específico para denúncias desse tipo entre os sacerdotes.
Outro posicionamento importante - a Igreja condenou a prática de
encobrir delitos. Nesse sentido, o Arcebispo de Malta, Charles Scicluna, da
Comissão Organizadora declarou:
"por décadas, temos nos concentrado em crimes insistentes, mas agora
chegamos à conclusão que o acobertamento é do mesmo modo ultrajante".
Anteontem, o cardeal alemão Reinhard Marx admitiu que a Igreja destruíu materiais
sobre estupradores: "os arquivos que documentaram esses atos terríveis e
indicam os nomes dos responsáveis foram destruídos, ou até sequer foram
produzidos." Procedimentos e trâmites definidos para esclarecer os delitos
foram deliberadamente ignorados e até anulados", disse o presidente da
Conferência Episcopal Alemã. "Em tal sentido, o Cardeal cobrou divulgação do total de casos
analisados por tribunais eclesiásticos.
Como sói acontecer, parte das vítimas, no entanto, reclamou do tom final
da conferência . Francesco Zanardi, presidente da Rede de Vítimas da Itália,
reclamou da falta de menção a "procedimentos concretos e demissões de
bispos".
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário