terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Apoio a Juan Guaidó


                                           
                                  
           A  U.E.  está reconhecendo em peso  (17 dos 28 países-membros) a Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela.  No entanto, ao contrário dos Estados Unidos, Brasil e outros 16 estados que reconheceram ao presidente da Assembleia Nacional nesta sua  condição, como lhe faculta a constituição da Venezuela, existe uma divergência na U.E., o que já se prefigurava com a estranha pré-condição da encarregada das relações exteriores Federica Mogherini, de dedicar 60 dias à tal avaliação.

               Por outro lado, o governo italiano bloqueara uma declaração comum da União Europeia sobre a Venezuela, a quatro de fevereiro, o que é lamentável. Tal será certamente atribuível ao novo gabinete italiano, com a presença da ultra-direita, com a Liga de Matteo Salvini e, sobretudo, a presença majoritária, devida à vitória estrondosa da esquerda do  Movimento 5 Estrelas, (115 senadores e 231 deputados) de Luigi di Maio, o que foi visto por muitos como se tornasse ingovernável o Legislativo. Será essa conotação populista do atual parlamento italiano, que torna possível consensos atípicos no atual gabinete, que segue no presente  posições que discrepam do europeismo dos partidos italianos tradicionais.  Com o esquerdizante Cinco Estrelas  e sua maioria, acolitado pelos populistas da antiga Liga do Norte, de tendência fascistóide, que seja possível um consenso de governo entre os seus dois líderes populistas  - o de esquerda, Luigi di Maio, e o de direita, mas também populista, Matteo Salvini, a atual maioria, será um desafio à lógica, mas também representa um cumprimento à habilidade de seus dois líderes principais.
                 Assim, há quatro países - a Itália e a Grécia na Europa; e o México e o Uruguai que não se manifestam na matéria, preferindo seguir uma postura de composição entre as duas partes, o que na prática favorece  Nicolás Maduro.

                 Entretanto, o mapa que se reporta às posições dos principais países no que tange à atual situação na Venezuela,  ele reflete o apoio largamente majoritário das coalizão democrática a Juan Guaidó dado pelos principais países democráticos, e a lista vale a pena ser transcrita, pois ela reflete a preponderância da democracia: Estados Unidos, Brasil,Canadá, Bahamas, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Haiti, Honduras, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Austrália, Israel, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Suécia, Dinamarca, Austria, Finlândia, Holanda, Bélgica, Luxemburgo,Polônia, Letônia, Lituânia, Estônia, República Tcheca, Ucrânia (um país corajoso, ainda que perenemente ameaçado pela Rússia), Macedônia do Norte e Albânia .

                     A  lista se conclui com seis países  - República Popular da China, Bolívia, Federação Russa, Turquia, Cuba e Nicarágua  - que apóiam a permanência de Nicolás Maduro por considerações ideológicas (Havana por considerações ideológicas e pelo apoio econômico que recebe de Maduro), a Bolívia de Evo Morales por apoio político e afinidades ideológicas;  a RPC, por questões financeiras, e cooperação econômica, assim como a Turquia, de Erdogan: e a Rússia, de Vladimir Putin, por ter investido pesadamente com armamentos, inversão no petróleo venezuelano, na PDVSA e investimentos em infra-estrutura.  

                     Como se verifica, por conseguinte, pela lista acima de seis países, há um veio autoritário que caracteriza a maioria deles, com a exceção eventual da Bolívia, de Evo Morales, embora a presença autoritária aí também se manifeste, como se verifica no asilo diplomático que foi concedido pelo Brasil a político opositor do atual regime que governa a Bolívia, e que motivara corajosa intervenção de um jovem diplomata brasileiro. 

( Fonte:  O Globo ) 

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