A U.E. está reconhecendo em peso (17 dos 28 países-membros) a Juan Guaidó,
como presidente interino da Venezuela.
No entanto, ao contrário dos Estados Unidos, Brasil e outros 16 estados
que reconheceram ao presidente da Assembleia Nacional nesta sua condição, como lhe faculta a constituição da
Venezuela, existe uma divergência na U.E., o que já se prefigurava com a
estranha pré-condição da encarregada das relações exteriores Federica
Mogherini, de dedicar 60 dias à tal avaliação.
Por outro lado, o governo italiano bloqueara uma declaração comum da
União Europeia sobre a Venezuela, a quatro de fevereiro, o que é lamentável.
Tal será certamente atribuível ao novo gabinete italiano, com a presença da
ultra-direita, com a Liga de Matteo Salvini e, sobretudo, a presença
majoritária, devida à vitória estrondosa da esquerda do Movimento 5 Estrelas, (115 senadores e 231
deputados) de Luigi di Maio, o que foi visto por muitos como se tornasse
ingovernável o Legislativo. Será essa conotação populista do atual parlamento
italiano, que torna possível consensos atípicos no atual gabinete, que segue no
presente posições que discrepam do
europeismo dos partidos italianos tradicionais.
Com o esquerdizante Cinco Estrelas
e sua maioria, acolitado pelos populistas da antiga Liga do Norte, de
tendência fascistóide, que seja possível um consenso de governo entre os seus
dois líderes populistas - o de esquerda,
Luigi di Maio, e o de direita, mas também populista, Matteo Salvini, a atual
maioria, será um desafio à lógica, mas também representa um cumprimento à
habilidade de seus dois líderes principais.
Assim, há quatro países - a Itália e a Grécia na Europa; e o México e o
Uruguai que não se manifestam na matéria, preferindo seguir uma postura de
composição entre as duas partes, o que na prática favorece Nicolás Maduro.
Entretanto, o mapa que se reporta às posições dos principais países no
que tange à atual situação na Venezuela,
ele reflete o apoio largamente majoritário das coalizão democrática a
Juan Guaidó dado pelos principais países democráticos, e a lista vale a pena
ser transcrita, pois ela reflete a preponderância da democracia: Estados
Unidos, Brasil,Canadá, Bahamas, Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Guatemala, Haiti, Honduras, Equador, Panamá, Paraguai, Peru, República
Dominicana, Austrália, Israel, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha,
Portugal, Suécia, Dinamarca, Austria, Finlândia, Holanda, Bélgica,
Luxemburgo,Polônia, Letônia, Lituânia, Estônia, República Tcheca, Ucrânia (um
país corajoso, ainda que perenemente ameaçado pela Rússia), Macedônia do Norte
e Albânia .
A lista se conclui com seis países
- República Popular da China, Bolívia,
Federação Russa, Turquia, Cuba e Nicarágua
- que apóiam a permanência de Nicolás Maduro por considerações
ideológicas (Havana por considerações ideológicas e pelo apoio econômico que
recebe de Maduro), a Bolívia de Evo Morales por apoio político e afinidades
ideológicas; a RPC, por questões
financeiras, e cooperação econômica, assim como a Turquia, de Erdogan: e a
Rússia, de Vladimir Putin, por ter investido pesadamente com armamentos,
inversão no petróleo venezuelano, na PDVSA e investimentos em infra-estrutura.
Como se verifica, por conseguinte, pela lista acima de seis países, há
um veio autoritário que caracteriza a maioria deles, com a exceção eventual da
Bolívia, de Evo Morales, embora a presença autoritária aí também se manifeste, como
se verifica no asilo diplomático que foi concedido pelo Brasil a político
opositor do atual regime que governa a Bolívia, e que motivara corajosa
intervenção de um jovem diplomata brasileiro.
(
Fonte: O Globo )
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