Onde
estão os líderes em Westminster? Basta-lhes acaso assistir impassíveis e
abúlicos às repetidas derrotas da Primeira Ministra Theresa May nessa questão
do brexit? Será que oito votações negativas devam ser
tomadas como resultados normais, que não deveriam provocar uma revisão da
respectiva posição?
A
cachoeira continua à frente, mas a nave segue, e o velame não tão pando quanto
seria desejável, mas será que importa? Pois a corrente é forte, e o destino se afigura sempre mais previsível
e provável...
Quando
o Parlamento não é capaz de produzir uma solução, grita aos céus que a despeito
da negação da May e da incontornável confusão do líder trabalhista, que manda o
bom senso e a comum experiência de que o Povo inglês precisa ser consultado, e
quanto mais cedo melhor!
Será necessário relembrar que toda essa situação falimentar, em que os
erros se repetem, se originou de consulta
apressada, em pleno verão de 2016, que produziu uma fraca e assaz relativa
maioria em favor do leave? Tenha-se igualmente presente que o caráter estival do referendo não atraíra
grandes maiorias, e produziu resultado que visto agora não nos parece assaz
convincente para determinar se realmente o Povo do Reino Unido estava
plenamente motivado e consciente de o que se tinha pela frente, a ponto de que
uma votação sem grandes e convincentes maiorias ainda possa ser julgada como o
piso seguro para continuar nesse processo em que mais se deparam tropeços e
negativas de que reponte a confiança necessária
para adotar-se uma decisão que contraria frontalmente aos desígnios dos
políticos ingleses que optaram pela entrada na Comunidade Europeia, tão logo se
apresentara a oportunidade favorável?
Se o gabinete de Theresa May não tem a maioria necessária para
transmitir seja ao Povo inglês, seja à Bruxelas que tem condições de conduzir a
Nação para uma solução que realmente reúna a indispensável convicção popular,
parece mais do que tempo de entregar ao Povo soberano a determinação de qual
deva ser a posição que realmente atenda às aspirações não só da maioria dos súditos de Sua Majestade, mas
também dê a oportunidade de uma votação maciça e irrefutável quanto à inegável
convicção do Povo do Reino Unido. A hora
é demasiado importante para que se tente justificar decisões
que carregam consigo o destino das gentes desse Reino que deparamos ora
sustentadas em frágeis troncos que não resistirão à análise futura, se
acoimadas de irresponsáveis. Quando o Parlamento não transmite ao Reino a
convicção que é indispensável às grandes decisões, não se deve temer que se
consulte o Povo Soberano, para que se manifeste sem as negaças da incerteza, e
suas inúteis tergiversações, com as névoas de fúteis e inconclusivas
maquinações ideológicas que sequer têm a coragem de afirmar a própria escolha
quanto à resposta resoluta e conclusiva. Na verdade se o Parlamento, malgrado a
gravidade e relevância da questão, hesita em pronunciar-se de forma irrefutável
e determinante, entregue-se tal decisão,
pela própria relevância, ao Povo do Reino Unido para que, em referendo, se pronuncie, de forma soberana, se deseja remain na Comunidade Europeia ou se
prefere leave a dita Comunidade.
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