quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Ajuda humanitária: Brasil monta força-tarefa em Roraima


    

          O  porta-voz presidencial, Otávio do Rêgo Barros, comunicou ontem à imprensa que o Brasil montará  força-tarefa em Roraima, na fronteira com a Venezuela, para participar na entrega de ajuda humanitária. 
          Como semelha estar estabelecido, essa ajuda humanitária, que é enviada pelos Estados Unidos, conta com a participação da oposição venezuelana.
           Segundo relatou o porta-voz, é que os alimentos e os remédios sejam recolhidos por caminhões venezuelanos, conduzidos por nacionais daquele país, que cruzarão a fronteira para transportar a ajuda.
            Consoante explicitou o porta-voz: "a ideia inicial é a aproximação logística de Paracaima. E aguardar nessas regiões a chegada dos caminhões conduzidos por venezuelanos  direcionados pelo presidente Guaidó".
             Participam da força-tarefa em apreço a Casa Civil da Presidência da República, os  ministérios da Defesa, da Agricultura, da Cidadania, da Saúde e do Gabinete de Segurança Institucional. "O Brasil se junta assim a esta importante iniciativa internacional de apoio ao governo de Juan Guaidó e ao povo venezuelano", declarou ontem o Itamaraty, em nota. Uma reunião marcada para hoje, em Brasília, definirá os detalhes do planejamento da operação na fronteira.
               Assinale-se que a decisão do governo brasileiro foi tomada após reunião entre o presidente Bolsonaro  e os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli;  do Senado, Davi Alcolumbre; da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.  Também participaram da reunião os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).
                  Note-se que Roraima será o segundo ponto de envio de ajuda humanitária, ao lado de  Cúcuta, na Colômbia.  Um terceiro centro de envio seria organizado em Curaçau, nas Antilhas. Segundo Rêgo Barros, alimentos e remédios estarão disponíveis na capital de Roraima, Boa Vista, e em Paracaima, cidade que faz limite com a venezuelana Santa Elena de Uairen.
                    O governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, rejeita a entrada de ajuda humanitária. O ditador venezuelano  bloqueou com contêineres de caminhão a Ponte de Tienditas, na fronteira com a Colômbia. De acordo com o ditador, os carregamentos americanos seriam um pretexto para os Estados Unidos promoverem uma intervenção na Venezuela.
                       Ontem, o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, rea- firmou  seu compromisso com o governo de Maduro e prometeu proteger a fronteira de "ameaças à integridade territorial venezuelana".  "Não vão poder passar pela consciência do espírito patriótico pela força. Vão ter de passar por esses cadáveres", alertou o ministro Padrino.
                           O líder opositor Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela, declara que trezentos mil venezuelanos precisam com urgência de alimentos e remédios. Guaidó, que foi reconhecido por mais de 50 países, tem usado o envio de ajuda humanitária para forçar setores do Exército a escolher entre o chavismo e povo.
                            "As Forças Armadas permanecerão mobilizadas e alertas ao longo das fronteiras para evitar qualquer violação à integridade de seu território", disse Guaidó.
                              O general Padrino ainda acusou o presidente americano,Donald Trump, de ser "arrogante" por pedir ao Exército venezuelano que aceite a anistia oferecida por Guaidó. "Reiteramos a nossa obediência,subordinação e lealdade", afirmou Padrino López. "Aqui, temos presidente. Aqui, temos um comandante-emchefe, Nicolás Maduro."
                                Nos últimos dias, Guaidó começou nas redes sociais uma campanha para que os generais que comandam as brigadas na fronteira atendam aos pedidos dos venezuelanos por comida e remédios. "Soldados, escutem a voz do povo", encareceu Guaidó.
                                 Dada a situação de severa crise econômica que atinge à Venezuela, e desde 2013 levou o país à hiperinflação, escassez de alimentos, remédios e serviços básicos, como água e energia elétrica.
                                    Não está ainda esclarecido se se repetirá a situação em Cucuta, na ponte entre a Colômbia e a Venezuela, em que foi barrado o ingresso de ajuda humanitária´, ou se haverá outra postura das autoridades militares  na fronteira entre o Brasil e a Venezuela.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )                            

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